curadoria (3)

Galicia: un proceso de curadoría colectiva

La primera etapa del recorrido que se desarrolla bajo el proyecto MOV-S ha tenido lugar en Galicia. Ha atravesado un proceso de curadoría colectiva en el que participaron 20 agentes del territorio incluyendo a artistas, escritores, editoras, antropólogas, actores, tecnólogas…

El colectivo Misa de Domingas, que se reúne cada domingo a las 12h en Casa Tomada, en A Coruña, invitó a una serie de personas a discutir sobre el tema que proponemos como punto de partida: “Articulación: redes, colectivos y comunidades”.

A partir de la pregunta “¿Qué es hoy para ti una red?”, se activó un proceso caótico, sin normas ni metodología, para pensar en la articulación en las prácticas artísticas. Todo derivó hacia lugares no previstos: dejamos de pensar en crear una red y comenzamos a pensar y actuar en red, dejando espacio para el desplazamiento que supone entrar en escena y jugar con otros métodos, sin límites formales en los lenguajes y sin fronteras territoriales.

Programaciones expandidas, tecnologías de encuentro, relevancia, visibilidad e invisibilidad y la articulación entre instituciones, entre artes vivas y los museos, entre el cuerpo y la vida real, son los conceptos que el colectivo de pensamiento ha puesto sobre la mesa para atravesar de un modo íntimo, práctico y propositivo en el marco del seminario que tendrá lugar en marzo en la Isla de San Simón.

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Curadoria, História e Função--- Prefácio

PREFÁCIO

A arte possui o que se costuma chamar de fecundidade, ela tem a capacidade de dar origem, de propiciar algo que não previu, de instigar o outro, o futuro, além de nos fazer rever o passado. Retomar o passado, seja por ruptura ou continuidade, se abrir para o que ainda virá, talvez uma nova tradição, para ser retomada, de um modo jamais pensado, é algo próprio da arte. (ALVES, 2010, p. 53)

 

As obras de dança contêm um universo próprio de conhecimentos que são organizados de determinada forma pelo autor, segundo a sua concepção de mundo, tendo em conta uma série complexa de informações conscientes e inconscientes. Desta forma, a obra vai ser o princípio de uma transmissão das idéias, de um circuito comunicacional, reflexões, concepções do autor, que se efetivará no momento em que outro, neste caso o espectador, se aproxima da obra e assim se comunica com este corpo de informações do autor que vem midiatizado pela obra de arte e pelo jeito que ela é mostrada.  Seguindo esse raciocínio, ver um espetáculo de dança, ou uma obra de artes visuais, ou um concerto de música, tem a potência de constituir uma experiência que gera conhecimentos devido à relação que se estabelece entre a construção que o espectador faz a partir da materialidade da obra (que já vem respectivamente processada pelo autor) e suas próprias idéias de mundo. Essa relação estabelecida tem a potência de modificar, em maior ou menor grau, os paradigmas e concepções de mundo que estavam previamente instaurados no espectador antes da experiência de assistir uma obra de arte.

 

Se a arte e o jeito no qual ela é apresentada, pode modificar uma pessoa, pode modificar suas concepções, pode modificar pensamentos e percepções, quer dizer que provavelmente ela pode modificar decorrências da cultura, pode modificar o curso do seu tempo e pode colaborar na construção do mundo no qual vivemos. Algumas questões se mostram inevitáveis: Como a curadoria de arte se envolve nesse processo? Como pode potencializar essa já dada capacidade da arte?

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Falar do que estamos propondo como equipe de curadores, do método que utilizaremos e do que significa dialogar é falar um pouco de nós. Somos indivíduos que acreditamos na troca e que a vemos como a principal possibilidade de construção de algo no mundo, ainda que não seja a única.

A dificuldade com a qual nos deparamos como equipe foi entender se existe uma metodologia curatorial para a Dança. Então, decidimos perguntar... Trocar com quem já está inserido nesta área de curadoria... Identificamos que há procedimentos adotados por cada um dos festivais existentes e, como sustentamos que estamos fazendo uma Plataforma (conceito abrangente e agregador, para onde convergem ações distintas), estamos dialogando com estes procedimentos. Durante todo o ano de 2010 dialogaremos com outros curadores da área de dança e de outras áreas, para sempre problematizar os parâmetros que estamos traçando para nossa curadoria.

E este procedimento que elegemos para nortear nossas escolhas parte da vontade de realização de um processo transparente e estruturado onde a nossa voz final seja reflexo de diálogos e negociações com outras vozes, com outros corpos pensantes que se dedicam às escolhas das obras e artistas da Dança e estão nos Festivais dos quais ouvimos falar, participamos como artistas e que compõem a nossa área.

Entre os nossos momentos de diálogos, até então, houve alguns marcantes. Entre eles, o convite do Rumos Dança Itaú – 2009, em sua Mostra de Processos, realizada em Março de 2010. Ali, três dos quatro curadores da PID puderam assistir os processos dos artistas selecionados por esse programa, discutir estes processos e trocar com curadores de todo Brasil. Foi um exercício idiossincrático intenso, mas muito produtivo para a tarefa de atingirmos o nosso objetivo, a criação de uma metodologia curatorial diferenciada, onde estejam expressos os nossos ideários como artistas e curadores.

O processo de diálogo continua. Daqui para frente trocaremos presencialmente com mais alguns curadores, com textos, com filmes, com Dança...

Trabalharemos em colaboração (ou seja, nenhum dos 04 curadores poderá decidir individualmente alguma obra para exibição) em duas etapas da seleção. As duas etapas foram pensadas com o intuito de tornarmos a escolha mais equânime e participativa, onde a argumentação gerada seja resultado desse processo de construção curatorial que teremos traçado nos diálogos propostos ao longo do ano e também será resultado do nosso diálogo como equipe.

Esperamos com este tipo de olhar estar construindo este método diferenciado de análise que estamos propondo em nossa Eutopia Curatorial*.

Equipe Curatorial PID 2010.

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