Por Nei Lima
Qual a imagem desse corpo que perturba pela sua forma e sinuosidade contrastantes com o porte e contorno “elegantes” da modernidade? Ao invés de se submeter à correção da saúde, de se solidificar e endurecer, alia-se ao movimento solto, agita-se, enlarguece a linha da coluna para os lados, enfraquece-se e fortalece-se numa relação ambígua e à disposição do risco permanente entre o chão de relevos e as estruturas aéreas.
A imagem desse corpo se constrói pela bifurcação, a gola vitoriana revela duas dimensões do corpo, hierarquizando-o. As partes altas, “cabeças”, representam o pensamento, a racionalidade, o sagrado e o tronco representa o impulso, o profano, o humano e a sexualidade. Mais do que isso o figurino emoldura a coluna que é o fio condutor da história desse corpo. Corpo solto a revelia e a toda sorte de obstáculos, como um bicho a digladiar no território da instabilidade.
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