saberes (2)

baje aqui el texto em.pdf Epistemologia é, a grosso modo, a teoria do conhecimento ou filosofia do conhecimento, o ramo filosófico que se ocupa de pensar os problemas que dizem respeito ao conhecimento (seus métodos, sua organização, sua procedência e sua relação com uma realidade histórica, sua validade, seus limites, etc.). A partir disso, posso adiantar que o que Boaventura chama de Epistemologia do Sul visa à recuperação dos saberes e práticas dos grupos sociais que, devido ao capitalismo e aos processos coloniais, foram histórica e sociologicamente colocados na posição de serem apenas objetos ou matéria-prima dos saberes dominantes (epistemologia do Norte), considerados durante séculos e séculos como os únicos válidos. Trata-se, portanto, mais de um conjunto de epistemologias do que uma única epistemologia. Uma diferença básica da epistemologia do Sul em relação à do Norte é a inclusão do máximo de experiências de conhecimentos do mundo (incluindo, depois de reconfiguradas, as próprias experiências de conhecimento do Norte). Não se trata, portanto, de fortalecer o Sul numa postura combativa ao Norte; muito pelo contrário, trata-se de subverter modos de entendimento do mundo em que está implícita uma lógica binária, combativa, intolerante e com pretensões de universalidade. Há claras convergências desse entendimento epistemológico e político com a visão de outros autores, como a do martinicano Édouard Glissant que se refere à necessidade, no nosso tempo, de uma espécie de “mudança de imaginário” (em que a idéia de um “universal generalizante” não é mais o que impera, e sim a idéia de um caos-mundo), com várias implicações, como a questão da identidade nacional tratada de formas mais tolerantes. Ele se refere, ainda, a uma Poética da relação (que podemos ampliar para uma política da relação), que compreende o outro como inferência, como uma presença implícita de nossas práticas, nossas ações, etc. É pressuposto da poética da relação uma concepção de identidade relação, que implica um encontro com o outro sem perigo de diluição. Relacionado com esta questão, lembro que, no primeiro dia, Soledad Giannett (Buenos Aires) dizia que “ser membro da rede não implica homogeneidade, nem que participamos da mesma maneira”. Um dos conceitos centrais da epistemologia do Sul como proposta por Boaventura é a Ecologia de Saberes. Boaventura explica que “como cada saber só existe dentro de uma pluralidade de saberes, nenhum deles pode compreender-se a si próprio sem se referir aos outros saberes”. Diz ainda: “Os limites e as possibilidades de cada saber residem, assim, em última instância, na existência de outros saberes e, por isso, só podem ser explorados e valorizados na comparação com outros saberes.” A dificuldade da comparação dá-se por causa da assimetria entre os saberes, ou o que Boaventura chama de diferença epistemológica. Existem, segundo ele, duas formas de viver ou acionar essa assimetria: 1. maximizá-la, levando ao máximo a ignorância a respeito de outros saberes, de modo a praticamente declarar a sua inexistência (fascismo epistemológico) – modo que tem predominado nas epistemologias hegemônicas da modernidade ocidental (ou seja, do que ele nomeia epistemologia do Norte); 2. ou todos os saberes reconhecerem a assimetria e fazerem dela o motor da comparação com outros saberes – a este segundo modo é que o autor chama de ecologia dos saberes, que vem a ser um dos conceitos fundamentais da epistemologia do Sul. A ecologia de saberes, por sua vez, se depara com dois problemas: a) como comparar saberes, dada a diferença epistemológica – a tradução (sentido específico, mais ou menos através de procedimentos de busca de proporção e correspondência que permitam aproximações, e isto inevitavelmente feito de modo recíproco, nenhum saber, portanto, ocupando o lugar de saber dominante; b) como criar o conjunto de saberes que participa de um dado exercício de ecologia de saberes já que a pluralidade de saberes é infinita – a artesania das práticas – partir do princípio de que o lugar de discussão dos saberes não seja um lugar exclusivo dos saberes, por exemplo, universidades ou centros de investigação. Como defende Boaventura, “O lugar de enunciação da ecologia de saberes são todos os lugares onde o saber é convocado a converter-se em experiência transformadora” (Santos). A partir dessas questões, podemos pensar agora que a Red Sudamericana de Danza pode (e arrisco dizer que deve) configurar-se como um espaço imprescindível para promovermos uma ecologia dos saberes produzidos no domínio da dança. Poderíamos até falar numa “epistemologia em rede” – que tenha conceitos como a ecologia dos saberes e a poética da relação como pressupostos. Colocar em rede estudos de diferentes realidades, memórias, realidades artísticas, é promover a construção inacabada e inacabável (nisto a imprevisibilidade ganha um lugar importante) de criação de metáforas e epistemologias que podem, juntas, concorrer para uma melhor compreensão de determinados fenômenos e, ainda, para a aposta de uma melhor realidade. Por fim, gostaria contar que Boaventura usa a metáfora da aposta de Pascal (pautada na racionalidade e na razoabilidade da crença), como o que nos impulsiona a trabalharmos árduo tendo como base a incerteza das possibilidades de transformação: “(…) a questão que nos confronta pode ser formulada assim: que razões nos podem levar a lutar por uma tal possibilidade, correndo riscos certos para obter um ganho tão incerto? Sugiro que a resposta seja a aposta, como única alternativa tanto às teses do fim da história como às teses do determinismo vulgar. A aposta é a metáfora da construção precária, mas minimamente credível, da possibilidade de um mundo melhor, ou seja, a possibilidade de emancipação social, sem a qual a rejeição da injustiça do mundo actual e o inconformismo perante ela não fazem sentido. A aposta é a metáfora da transformação social num mundo em que as razões e visões negativas (o que se rejeita) são muito mais convincentes do que as razões positivas (a identificação do que se quer e como lá chegar).” Boaventura de Souza Santos Bibliografia: GLISSANT, Edouard. Caribbean discourse. Selected essays. Virginia: University Press of Virginia, 1992. SANTOS, Boaventura Sousa. A filosofia à venda, a douta ignorância e a aposta de Pascal. In Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, Março 2008: 11-43 Dois sites de interesse: Sobre Boaventura: http://www.ces.uc.pt/bss/pt/index.htm Sobre Glissant: http://www.edouardglissant.com/
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baje el pdf aqui No sé si todo el mundo sabe lo que es la epistemología entonces voy a comenzar por una breve definición. Epistemología es, en general, la teoría del conocimiento o la filosofía del conocimiento, la rama de la filosofía que se ocupa de pensar las cuestiones que preocupan a los conocimientos (sus métodos, su organización, su origen y su relación con una realidad histórica, su validez , Sus límites,etc.) .. A partir de ahí, puedo decir que lo que Boaventura lo llama a la Epistemología del Sur trata de recuperar los conocimientos y prácticas de los grupos sociales que, a causa del capitalismo colonial y los procesos coloniales, se colocaron historicamiente y sociologicmiente en la posición de ser sólo objetos o materias primas de uno conocimiento dominante (lo que se comprende como epistemología del Norte), considerado durante siglos y siglos como el único válido. Por lo tanto, es más que una epistemología, pero un conjunto de epistemologías. Una diferencia básica de la epistemología del Sur en relación con el Norte es la inclusión del máximo de las experiencias hasta el mundo de los conocimientos (incluso, después de reconfiguradas, experiencias de los conocimientos del Norte). El fortalecimiento de los saberes del Sur no es, por lo tanto, a fin una postura combativa con el Norte, sino todo lo contrario, el objetivo es subvertir los modos de entender el mundo, donde está implícita una lógica binaria, combativa, intolerante y con pretensiones de universalidad. Existen claras similitudes de esta comprensión epistemológica y política con la visión de otros autores, como el martinicano Édouard Glissant lo que se refiere a la necesidad de que, en nuestro tiempo, una especie de "cambio de imaginario" (donde la idea de un "universal generalizantes "Ya no es lo que prevalece, pero la idea de un caos-mundo), con muchas implicaciones, como la cuestión de la identidad nacional diseñado de manera más tolerante. Se refiere también a una poética de la relación (que se puede ampliar a una política de la relación), que comprende el otra como una inferencia, como una presencia implícita de nuestras prácticas, nuestras acciones, y así sucesivamente. Una poética de la relación asume un concepto de identidad relación, lo que supone un encuentro con el otro en condiciones de seguridad de dilución. Relacionado a esto, recuerdo que en el primer día, Soledad Giannetti (Venezuela) dice que "un miembro de la red no significa homogeneidad, ni tampoco participar de la misma manera". Uno de los conceptos centrales de la epistemología del Sur propuesto por Boaventura es la ecología de los saberes. Ello explica que "como cada conocimiento sólo hay dentro de una pluralidad de conocimientos, no pueden comprender a sí mismo sin hacer referencia a otros conocimientos". Ello también dice: "Los límites y las posibilidades de cada conocimiento residen en la existencia de otros conocimientos y, por tanto, sólo pueden ser explorados y valorizados en comparación con otros conocimientos". La dificultad de la comparación se hace a causa de la asimetría entre los conocimientos, o lo que Boaventura llama a la diferencia epistemológica. Existen, dice, dos formas de vivir o desencadenar esta asimetría: 1. maximizar la asimetría, lo que lleva a la máxima ignorancia acerca de otros conocimientos, con el fin de prácticamente declarar su ausencia (el fascismo epistemológico) - por lo que ha predominado en epistemologías hegemónicas de la modernidad occidental (es decir, que él nombra a la epistemología del Norte); 2. o todos los conocimientos reconocer la asimetría y la conviertir en el motor de comparación con otros conocimientos - en este segundo camino es que el autor llama a la ecología del conocimiento, que tiene que ser uno de los conceptos fundamentales de la epistemología del Sur La ecología de los conocimientos, a su vez, se enfrenta a dos problemas: a) la forma de comparar los conocimientos, habida cuenta de la diferencia epistemológica – a esto responde lo que Boaventura llama traducción (forma específica, más o menos a través de los procedimientos para la búsqueda de concordancia y proporción que permitan enfoques, y este hecho inevitablemente de reciprocidad, no el conocimiento, por lo tanto, ocupando el lugar de un saber dominante; b) cómo crear el conjunto de conocimientos que participa en un dado ejercicio de la ecología del conocimiento desde que la pluralidad del conocimiento es infinito – a esto responde lo que Boaventura llama artesanía de las prácticas - a asumir que el lugar para el debate de los conocimientos no es sólo un lugar exclusivo por el conocimiento, por ejemplo, las universidades o centros de investigación. Como sostiene Boaventura, "El lugar de enunciación de la ecología de conocimiento son todos los lugares donde el conocimiento se convoca a convertirse en experiencia transformadora" (Santos). Sobre la base de estas cuestiones, pensamos ahora que la Red Sudamericana de Danza puede (y debe atrevo a decir que) se configura como un espacio vital para la promoción de una ecología de los saberes producidos en el ámbito de la danza. Podríamos incluso hablar de una "epistemología en la red" - que ha conceptos tales como la ecología de los sabres y la poética de la relación entre las hipótesis. Cuando se va a colocar em la red los estudios de diferentes orígenes, los recuerdos, realidades artísticas, se está promoviendo la construcción inconclusa y sin possibilidad de concluirse (esta imprevisibilidad gana un lugar importante) para la creación de metáforas y epistemologías que, juntos, contribuien a una mejor comprensión de ciertos fenómenos y, sin embargo, apuesta a una mejor realidad. Por último, mi rememorar cuando Boaventura utiliza la metáfora de la apuesta de Pascal (basado en la racionalidad y la razonabilidad de la fe) y lo que nos impulsa a trabajar duro sobre la base de la incertidumbre de las posibilidades de transformación: "(...) La apuesta es la metáfora de la precaria construcción, pero mínimamente creíble, la posibilidad de un mundo mejor, es decir, la posibilidad de emancipación social, sin la cual el rechazo de la injusticia en el mundo de hoy y antes de no conformidad no tiene sentido. La apuesta es la metáfora de la transformación social en un mundo donde las opiniones negativas y las razones (que fue rechazada) son mucho más convincente que las razones positivas (la identificación de lo que uno quiere y cómo llegar). "Boaventura de Souza Santos Bibliografia: GLISSANT, Edouard. Caribbean discourse. Selected essays. Virginia: University Press of Virginia, 1992. SANTOS, Boaventura Sousa. A filosofia à venda, a douta ignorância e a aposta de Pascal. In Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, Março 2008: 11-43 Dois sites de interesse: Sobre Boaventura: http://www.ces.uc.pt/bss/pt/index.htm Sobre Glissant: http://www.edouardglissant.com/
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