Improvisação (4)


JAM NA CASA DAS CALDEIRAS, contato improvisação e música e arquitetura e arte e ambiente e história e dança e

Como parte do TODODOMINGO, desta vez a JAM é no térreo da CASA DAS CALDEIRAS, no SALÃO DOS TANQUES, um espaço com piso de madeira, pé direito monumental, e densa memória arquitetônica da São Paulo industrial que não existe mais.

 

JAM é um ambiente para a experimentação de diferentes possibilidades de dança e de experimentação do movimento corporal. Não é uma aula, não é uma oficina, nem um espetáculo, e acontece a partir das ações singulares de cada participante e das múltiplas interações que se fazem possíveis.

 

Especificamente nesta JAM, sugerimos que nossa atenção também passeie pelo espaço em que estaremos, que vejamos em que medida nosso corpo e nossa dança se transformam, quando dialogamos com o espaço e nos deixamos atravessar por ele.

 

Será que podemos lidar com o espaço como um “outro” com quem entrar em contato e dançar?

Para participar, não é necessária nenhuma experiência anterior, todos os que quiserem partilhar esse encontro são bem vindos dançando, assistindo, tocando, desenhando, ando, indo...

 

domingo, 28 de agosto de 2011, das 18h às 20h


TODODOMINGO

CASA DAS CALDEIRAS - Avenida Francisco Matarazzo, 2000, Agua Branca, São Paulo


venha com uma roupa confortável, maleável, macia, elástica, solta, bonita

 

entrada gratuita!


contato improvisação


organização: Ricardo Neves, Isabela Valent, Maíra Silvestre, Pedro Peñuela, Eduardo Jorge Canella, Fa Bia, Larissa Pretti

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Poéticas do corpo

Improvisação em Contato: poéticas do corpo é um projeto de difusão, intercâmbio, reflexão e promoção da dança contemporânea, com ênfase na pesquisa da linguagem artística do Contato Improvisação. A diretriz específica deste projeto é de natureza acadêmica, vinculada ao ensino do Curso de Graduação Bacharelado em Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina. Dessa forma, visa desenvolver práticas de estudos do corpo na arte relacionada às propostas pedagógicas do Curso e da linha de pesquisa Poéticas do Corpo.

O projeto tem como objetivo promover ações educativas para a formação e a qualificação artística dos discentes, dos docentes e da comunidade. A proposta abrange: grupo de pesquisa e estudo do corpo na arte; oficinas semanais de dança Contato Improvisação e Dança Cênica para a comunidade; encontros de improvisação de dança e música – Jam Session; e também palestras e debates para a democratização dos conhecimentos desenvolvidos no ensino, na pesquisa e na extensão. A proposta deste projeto envolve ações da inclusão da arte e da educação pelo corpo nas políticas públicas para o desenvolvimento da cidadania.

Equipe: Ana Alonso, Claudinei Sevegnani, Janaina Martins, Nastaja Brehsan, Tamara Hass.

http://poeticasdocorpo.wordpress.com/

Artes Cênicas – UFSC
PROEXT 2009 – MEC/SESu

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O LUGAR ONDE NASCE A HONESTIDADE

Por Esteban CárdenasEsse texto foi publicado na revista digital argentina ODÁ, observatório de dança e estudos do movimento.… duas pessoas entram no cenário. Se olham, entendem que uma ação está a ponto de acontecer. Sabem que qualquer decisão é importante e sabem, inclusive, que a não-ação é uma possibilidade como qualquer outra. Começam a dança, e com ela, quase inconscientemente, uma forma de meditação em movimento. Uma forma que nasce do momento, da íntima e invisível coesão entre eles, o público e o entorno. Assim flui até o final a poesia da dança, e com ela a participação ativa daquele que vê e propões… sem dizer palavra.Improvisar não é fazer qualquer coisa, mas fazer qualquer coisa está permitido. Não existe uma cartilha para improvisar, e sim técnicas ou métodos que ajudam a desenvolver uma situação improvisada. Qualquer um pode participar de uma improvisação, mas o desenvolvimento que dela faça uma pessoa “conscientemente” treinada pode ser a abertura para uma gama de possibilidades muitíssimo maior.Creio que a senha fundamental para o improvisador é poder estar “aqui e agora”, no momento presente, que é o futuro e a soma do passado. Estar presente é estar atento. Estar atento é poder fluir entre o instinto e o intelecto, sem se perder entre um e outro, encontrando um equilibrio do que “é”.Há elementos a que podemos recorrer para elaborar conscientemente temas enunciados ou sugeridos dentro ou antes da improvisação. Fazer com que um “tema” (seja uma ação concreta, um movimento, um gesto, uma qualidade de movimento) se desenvolva se torna um elemento fundamental para não cair na produção inescrupulosa de material “desconexo” (falando somente do ponto de vista do espectador que espera ver uma linearidade na “narração” do espetáculo, embora, na verdade, alguém possa encontrar linearidade dependendo do ponto de vista). Desenvolver um tema é “escolher” um ponto de partida, e de lá elaborar o material seguinte. Esta elaboração é tão relativa como o lugar onde se situa cada improvisador.Do ponto de vista de uma narração linear, onde se busca desenvolver uma história ou a evolução progressiva de um tema dado, o improvisador trata de somar a este “ponto de partida” elementos que se relacionem entre si, além de gerar uma história (sem esquecer a relatividade da palavra) tentar conquistar o espectador.Um dos melhores paralelos que podemos traçar é com a improvisação no jazz. “Um músico se soma ao cenário com gente que não conhece, e só sabe que tocará em uma escala determinada, a um ritmo que só aparece quando o baterista marca a batida e, com sorte, se estabelece o gênero musical ou o tema que será improvisado. A canção começa e a linearidade está dada pela atenção que cada músico põe naquele momento, entre si, e em si próprio. Juntos, com a segurança do solo e a atenção de cada um como parte de um todo, se encontram na viagem até o final que decidem juntos, como um todo. “Improvisar não é fazer qualquer coisa, mas fazer qualquer coisa está totalmente permitido.Improvisar como destino, como tarefa programada, como espaço multidimensional onde o tempo já não é o que sabemos, e sim, o que conhecemos. O desafio está na sublimação de cada integrante. Saber, conhecer, saber por experiencia, saber por intelecto, que diferença!!Em tempos de pobreza radical, a improvisação tem um papel fundamental na criação do dia-a-dia, do saber cotidiano, da resolução de como sobreviver. Saber, neste caso, vem direto da necessidade impulsionada pela própria necessidade, pela fome. Saber improvisar é saber sobreviver. Saber sobreviver é conhecer os mecanismos de casualidade, que nada têm a ver com azar, se é que ele existe.Assim, improvisar se transforma em algo mais que estar atento, é sobreviver em qualquer situação, em qualquer momento e em qualquer aspecto da vida. Se a nós interessa somente a possibilidade de improvisar como espetáculo, então vamos incidir neste ponto e deixar o resto de lado.É em vão dedicar-se a discutir sobre o significado de cada palabra ou classificar métodos pessoais para improvisar e generalizá-los quando existem tantos formatos possíveis quanto pessoas no planeta. Se bem que sabemos perfeitamente que há algumas linhas de pensamento que podem ser muito mais eficazes que outras, é sempre bom tê-las apenas como referência e se lançar ao abismo incomparável de sentir, de ser, aqui e agora.Dizer que improvisar é conectar-se diretamente com a essência de alguém pode soar exagerado, embora não seja. Se concebemos o ato de improvisar como o fluir dentro de certos padrões estabelecidos, então aceitamos automaticamente que este simples e complexo ato – que é deixar-se levar pela mão da honestidade – é separar a sabedoria instintiva do homem do profundo de sua “informação genética”.Para poder transmitir de maneira direta não há outra alternativa senão partir da honestidade. E não é a honestidade com o espectador, é consigo mesmo. Ser honesto em uma improvisação, não só implica em estar presente, atento ao momento, como também atuar pura e exclusivamente com os impulsos que nascem neste lugar, que não é a “mente racional”, que não é nenhuma das elocubrações que estão ligadas ao “desejo”, nem às posibilidades intelectuais que aparecem nos dizendo o que fazer. É o lugar da sensação pura, o espaço onde nasce esse impulso “irracional”, é a ponta de um novelo que se deixa levar no fluir que percorre seu próprio circuito e que é, sem dúvidas, o lugar onde nasce a honestidade: a intuição.Aparentemente existem contradições se pensamos em “desenvolver um tema”, uma vez que nos esforçamos em “fluir” com o(s) sentido(s). Isso é apenas contradição, visto pela linearidade do nosso racionalismo. O lugar onde co-existem essas duas alternativas, lugar onde elas se transformam em uma única, lugar onde se radica a honestidade, lugar onde “parecer” e “ser” são a mesma coisa.A essência divida das coisas é aquela conectada com esta indivisível unidade de um ser.“cada célula tem sua própria música, inaudível para nós, mas necesaria na manutenção da harmonia dos tecidos. Com cores e sons, as células dialogam entre si. Nada no universo do organismo está quieto: elétrons, átomos, moléculas, células e rogaos, todos se movem e, ao fazê-lo, produzem uma vibração que pode ser registrada como som ou calor. Uma sinfonia de saúde na qual cada músico toca a sua nota. Quando algum grupo de músicos perde o ritmo, se produz a doença, um som discordante. Mediante o som ou a luz, é possível ensaiar de novo o ritmo perdido; e o corpo escuta. Um ponto de acupuntura reage ao som e à luz da mesma forma que responde a uma agulha. A pele também “vê” cores e “ouve” sons. A medicina hindu estudou o efeito saudável que os sons do alfabeto produzem nas distintas partes do corpo, e todas as medicinas indígenas utilizam os sons – seja da voz humana, um instrumento – para ajudar a recuperar a saúde, o som da harmonia.” Extraído de Bioenergética y vivencia, Jorge Carvajal.Temos a possibilidade de receber informação em qualquer forma e de qualquer meio. Para chegar a essa informação, o improvisador deve treinar a sensibilidade, a percepção, a escuta: a atenção.Por que não pensar que esta honestidade de que falamos nos conecta inevitavelmente com aquilo que é necessário fazer, em determinado momento, e que esse fazer pertence ao ambiente em que se desenvolve a dança? Desta maneira, a dança, a improvisação resultante será o necessário nesse lugar, para essa gente.Então, esta “improvisação” é a conexão elementar com o ambiente, o lugar, com a atmosfera do momento, com aquilo que “deve” ser transmitido, comunicado e que está sendo pedido a gritos na linguagem silenciosa das sensações.“O tato se expressa com o contato. O contato é relação. Quando dois amigos se abraçam, quando os amantes se amam, quando o amor se traduz no código da carícia, quando o curandeiro impõe suas mãos carretadas de intenção amorosa ou quando a mãe coloca suas mãos cálidas sobre o abdomen dolorido de seu bebê, a pele se converte em um radar do amor e as mãos são agentes do coração. O tato, que é o sentido mais denso, se expande até ser o mais sutil dos sentidos. Literalmente pode-se tocar com o olhar, acariciar com as palabras.” Extraído de Bioenergética y vivencia, Jorge Carvajal.A intenção está diretamente ligada ao resultado. Se o que está passando pelo pensamento é diferente ou oposto à ação seguinte, teremos poucas esperanças de que a comunicação seja efetiva tanto com nosso companheiro como com o público.Porém, estar atentos à intenção, não significa enredar-se na intelectualidade o una análise dos pensamentos. Só confiar no fluir com os sentidos é suficientemente “intelectual” para deixar-se levar e atuar.No final, tudo vem a ser a unidade que sempre foi e é. O resultado não está para ser julgado ou avaliado segundo “preconceptos” estéticos (quase sempre ligados ao clasicismo greco-romano ocidental). Estamos diante de um verdadeiro processo de criação no qual a honestidade, a dignidade, e a fé com que o improvisador atua são os verdadeiros elementos que pautam e definem a verdadeira obra de arte.Que fazer com a vontade? De onde tirar a força da intenção? Como se conectar com a “inspiração” que chega às vezes e às vezes não?Encontrar-se, saber quem o outro é, vislumbrar nem que seja apenas uma pista de “para onde vamos” e o que queremos, é uma janela para clarear a improvisação.“nos lugares mais recônditos da memoria, nos espaços mais silenciosos do nosso coração, se acende a chama da sabedoria. Cada vez que olhamos ao redor e vemos flashes de tudo o que é e o que não é, então estamos vendo com os olhos da verdade, do conhecimento, do amor.”esteban cárdenas é bailarino, coreógrafo e professor argentino.http://idanca.net/lang/pt-br/2008/12/11/o-lugar-onde-nasce-a-honestidade-el-lugar-en-donde-nace-la-honestidad/#comments
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GRUPO DE EXPERIMENTO RADAR 1

FOTO: MARCLEY OLIVEIRA Líria Morays Grupo de experimento de improvisação em dança vinculado a atividades de pesquisa da dissertação de mestrado, denominada “Emergências Cênicas: conectividade entre dançarinos no momento cênico improvisado”, realizada no Programa de Pós-graduação em Dança da UFBA. Esse grupo consiste num procedimento metodológico para levantar dados sobre experiências de cena improvisada. Assim, princípios teórico-práticos são estudados a partir de atividades experimentais, desenvolvendo atividades relacionadas à conectividade, que podem ser problematizados e analisados durante o experimento, e, simultaneamente na feitura dissertativa. O sentido de conectividade, aqui empregado, tem como referência a Teoria Geral dos Sistemas. Através dessa teoria, qualquer objeto pode ser estudado a partir de uma visão sistêmica: um conjunto de dançarinos em cena, por exemplo, pode ser considerado um sistema, assim como, o corpo que dança pode ser observado como um sistema. Em sua definição, conectividade é um Parâmetro Sistêmico Evolutivo que exprime a capacidade que os elementos de um determinado sistema têm em estabelecer conexões (VIEIRA, 2008). Bunge apud Vieira(2008),“(...)define conexões (...) como relações físicas, eficientes de tal forma que um elemento (agente) possa efetivamente agir sobre outro (paciente), com a possibilidade de mudança de história dos envolvidos.” (VIEIRA, 2008 p.37). Parece que há uma emergência de conectividade na cena de dança improvisada quando idéias dos corpos que dançam são compartilhadas. Assim, o corpo dança num trânsito entre ser agente e paciente, interagindo com outros corpos, estabelecendo uma ação criativa em conjunto. É possível que, nesse caso, a conectividade ocorra enquanto elemento intrínseco para sobrevivência da cena criativa. Composto por artistas interessados em estudos criativos na improvisação de dança, configura-se uma espécie de grupo de estudos onde cada dançarino percebe e desenvolve ações de interesses comuns do universo da improvisação. No decorrer dos encontros, as pessoas começam a reconhecer, a cada dia, características e impressões recorrentes nos experimentos criativos de uma forma continuada formulando idéias vivenciadas na conectividade. Atualmente, é composto por seis dançarinos – Bárbara Santos, Duto Santana, Fernanda Raquel, Janaína Santos, Mª Fernanda Azevedo, Rita Aquino – e a mediadora Líria Morays. O argumento central da pesquisa, à qual esse grupo está vinculado, baseia-se em estudos voltados para uma espécie de comunicação existente entre dançarinos, quando estes se propõem a dançar em conjunto. Na perspectiva de um dançarino improvisador, quando ocorre conectividade, parece que cada proposição compositiva (movimento, ritmo, estado corporal, organização de espaço coreográfico, etc.), é configurada em grupo. Portanto, há o interesse em reunir assuntos que possam ajudar a entender a conectividade na improvisação em cena, dentre eles: percepção, organização e coerência, rede, corpomídia. Nesse grupo, estão sendo testadas atividades conectivas no que tange a atenção e relações estratégicas do corpo no espaço-tempo da cena. Dessa maneira, o processo de compartilhamento de proposições, hipóteses e estudos nesse grupo tem sido importante para entender quais princípios norteiam a conectividade entre dançarinos de uma cena improvisada - pergunta-chave desse estudo de mestrado. Esse encontro apresenta um formato de aula/experimento onde pequenas atividades práticas para improvisação são propostas, seguidas de discussões, leituras e pequenas apresentações em espaços abertos. Todos os encontros são filmados e catalogados em fichas diárias com avaliação semanal. Nesses encontros, todas as experiências criativas partem de uma proposta onde a conectividade é o estímulo, o assunto e a ação. Algumas analogias estão sendo feitas a partir de organizações sistêmicas para as diversas possibilidades relacionais entre dançarinos no espaço-tempo da cena de dança. Propõe-se então que vários tipos de ações de conectividades podem emergir na configuração improvisada, como também, podem ser propostas como procedimentos de processos criativos. LOCAL O laboratório do Radar 1 é desenvolvido na Escola de Dança – instituição vinculada à Fundação Cultural do Estado da Bahia. Essa escola dispõe de um ambiente propício para investigação, em função das condições do espaço físico, pelos diversos profissionais que circulam e interagem com a escola, e pelo corpo institucional, constituído de professores/alunos/coordenações/direção/recepção. Junto com essa equipe é possível experimentar como professora, aluna, artista, pesquisadora, pessoa, as atuações em diversas conectividades. Todos os encontros acontecem nesse local às sextas-feiras, às 10:50h. Endereço: Rua da Oração, nº 01 – Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. CONTATO: E-mail: lirica6.1@hotmail.com Tel. (71) 8204-6318 Skype – lirica6.1 http:/liriamoraysblogspot.com/ Referência citada no texto: VIEIRA, Jorge de Albuquerque. Ontologia. Formas de conhecimento: Arte e Ciência, uma visão a partir da Complexidade. Fortaleza: Expressão gráfica e Editora, 2008.
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