Para Pensarmos!

São realmente notáveis as “ações Petrobras\MINC”. Tem-se a impressão que o Brasil entrou numa nova hera Gustavo Capanema (1900-1985) (Ministro da Cultura do governo Getúlio Vargas). A hera Capanema diz respeito ao momento em que o Brasil experimentou uma tomada do desenvolvimento tendo a arte como Carro Chefe. Na gestão de Capanema Portinari e Vila Lobos fizeram careiras internacionais, a Biblioteca Nacional, fundada por D. João VI, foi restaurada e suas atividades foram dinamizadas, foram criados diversos museus em diferentes regiões do país, havia um plano nacional para o teatro e para dança, em fim neste período o Brasil viveu a experiência real de uma política pública para arte. Na fase atual da ação do governo sobre a cultura o mérito dos projetos é inquestionável! Investir na cultura indígena como está fazendo a ação Prêmio Culturas Indígenas é super importante, talvez o mesmo investimento (R$ 2. 300.000,00), ou mais que isso deveria ser investido para que os povos indígenas tivessem seus territórios respeitados. O Prêmio Cultura Viva (R$ 2.500.000,00) apóia a “diversidade de iniciativas culturais”. São iniciativas sem apoio, pouco conhecidas do grande público, porém com grade valor social. Essa iniciativa realmente tem meu louvor. A preservação da cinematografia brasileira através do Programa Restaurando Filmes (R$ 3.500.000,00) tem mérito inquestionável. O incentivo a produção de imagens de um Brasil bucólico, em cidades que tenham menos de 20 mil habitantes, através do Projeto Revelando Os Brasis (R$ 2.108.462,00) desse eu tenho dúvidas! Não do mérito da proposta, mas da prioridade, uma vez que em grande parte dessas cidades as condições básicas de vida (saúde, moradia e educação) são inexistentes. A pessoa idosa realmente precisa de espaço, respeito e dedicação e os R$ 993.750,00, vindos da Petrobras pelos canos do Ministério da Cultura, podem iniciar uma mudança dessa realidade. Incentivar os negócios da música com R$ 2.400.000,00 eu acho super bacana. A criação de um centro de conservação do livro e do papel com R$ 5.000.000,00 na USP é honestamente admirável. Investir R$ 1.576.800,00 no design o brasileiro para ornar as repartições públicas segue bem a linha Capanema, haja vista o prédio com arquitetura revolucionária concebido por Lúcio Costa, Niemeyer, coberto por tapetes Burle Marx etc. A radiofonia (R$ 974.000,00), um portal para as artes na internet (R$ 1.000.000,00), a revista de história da biblioteca nacional (R$ 1.500.000,00) o cinema legendado para surdos (R$ 450.000,00), arte para deficiente (R$ 576.960,00), a disseminação do conhecimento arqueológico (R$ 2.500.000,00) me parecem coisas de primeiro mundo. Mas uma observação eu não posso deixar de fazer, não há nem um projeto na área de conservação e memória das casas centenárias de espetáculo existentes espalhadas pelo todo Brasil. Ou mesmo sobre a memória e divulgação de figuras ilustres do teatro e da dança brasileira, muito deles, por ser uma categoria de trabalhadores especial, e por esse motivo não tem aposentadoria nem seguro desemprego muitos vivem hoje como indigentes, apesar de terem serem verdadeiros patrimônios culturais. A música aparenta ser um bom negócio e uma feira só vai potencializar as suas diferentes transações. O teatro e a dança se refletem nas ações Petrobras\MINC como péssimos negócios, nem uma ação direta para a área foi pensada. Do total de R$ 26,3 milhões que envolvem a totalidade de investimento nem um centavinho vai para programas que tenha o teatro e a dança como centrais. As cênicas devem ter ficado obsoletas, devem ser hoje coisa do tempo do Capanema. A categoria lamenta o desrespeito. Paulo Paixão.
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