Publicado por Isabel Ferreira el 7 de Marzo de 2009 a las 10:28am
El portal dance-tech.net espacio para discusiones sobre tecnologia y movimiento anuncia el lanzamiento de la dance-tech TV. Se trata de la primera red de TV colaborativa dedicada a experiencias interdisciplinares en el campo de la performance. Inicia con más de 40 horas de programación de vídeos, todos colaboraciones enviadas por artistas y organizaciones de diferentes partes del mundo.Para colaborar con la dance-tech TV con vídeos, programas o sugerencias por favor entrar en contacto con Marlon Barrios a través de su blog o el en movimiento.org o su email marlon@dance-tech.net.---------------------------------O portal dance-tech.net - espaço para discussões sobre tecnologia e movimento - anuncia o lançamento da dance-tech TV. É a primeira rede de TV colaborativa dedicada a experiências interdisciplinares no campo da performance. Já são mais de 40 horas de programação de vídeos, todos colaborações enviadas por artistas e organizações de diferentes partes do mundo.Para colaborar com a dance-tech TV com vídeos, programas ou apenas sugestões, entre em contato com Marlon Barrios Solano através do email marlon@dance-tech.net.
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Publicado por Eduardo Bonito el 7 de Marzo de 2009 a las 5:37am
Caros Colegas,[espanol abajo]O Centro Cultural da Espanha em São Paulo comunica que a Nau Côclea de Camallera abre uma convocatória internacional dirigida a criadores que queiram estabelecer residência para realizar um trabalho de pesquisa em 2009.A residência Côclea acolhe projetos em artes visuais, performance, teatro, música, escrita, e as intervenções no espaço público. A residência foi projetada para permitir o artista a encontrar o espaço perfeito, a concentração e as instalações para a sua pesquisa. A residência não contempla, nem descarta produção de projetos de pesquisa nem da sua exposição.2. As Residências para artistas incluem alojamento (no máximo 4 pessoas) e espaço para o trabalho de um mínimo de 7 para um máximo de 90 dias.Alguns recursos da Nau (câmaras de vídeo de alta definição, equipamentos de som, etc) podem ser utilizados. Consultem no apêndice as características dos espaços e a lista de recursos.3. O pessoal da Côclea vai ajudar os artistas a fazer os contatos necessários com a população local e com os fornecedores de materiais e serviços relacionados com a sua investigação.Eles irão também ajudar criadores a encontrar recursos para a produção de exposição futura do seu trabalho.Solicitações4. Os Artistas que desejem candidatar-se à residência devem apresentar os seguintes documentos através do e-mail: info@naucoclea.com- Dados de contato do responsável do projeto, o número de participantes, as datas para a qual está a aplicar para residência, com alternativas, se houver, e espaços necessários (alojamento e sala de trabalho, externo).- Uma carta de intenções e um texto claro no qual o artista se comprometa se for eleito, a realizar a residência nos prazos solicitados.- Uma descrição do projeto (máximo 3 páginas) e um breve currículo (máximo de 2 folhas)5. As candidaturas podem ser apresentadas durante todo o ano.Datas de resolução: 30 de março e 30 de agostoApêndicea. Residência- 30m2- 2 quartos com 1 cama de casal e 1 com 2 camas individuais;- Pequena sala de estar, banheiro e cozinha- Aquecimento, frigorífico, máquina de lavar roupa;b. Sala de Trabalho-80 M2 cimento cinza, 3'10 m de altura e liso nas paredes, teto e terra. Sem janelas.c. 8.000 m2 restrito, dependendo da natureza do projeto.d. EquipamentosComputador E MAC G4 + disco rígido externo LaCie 250 GB + Final Cut ProMacbook Laptop 12 'Equipamento para streaming (Canopus, apoio informático LINUX) (uso restrito, como empréstimo programas)Vídeo Camera Sony HDR - FX 1 GB - Handycam (uso restrito, como empréstimo programas)2 Projetores HITACHI CPS 220PANASONIC DMC-FZ30EGM DigicamHDD Recorder (80GB) & DVDEquipamentos de som* 2 Som Monitores MACKIE SRM450 / C300 + Pés* 2 RODE NT5 Microfones* 4 Microfones SHURE SM58* Tabela de misturas MACKIE CFX 12 MIXER 12 canais* 1 Processador Audio VIRTUALIZER PRO DSP2024P* 1 Precision Headphone ATH-M40fs1 * G GI 100 Ultra ProfissionalHalogéneo luzes (não especializados)Montserrat MolinerCo-Directoramontserrat@naucoclea.com34/663316122http://www.naucoclea.com/...+...montserratmoliner@gmail.comhttp://montserratmolinervicent.blogspot.com/34/627580267Atenciosamente,Centro Cultural da Espanha em São PauloAECID - Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o DesenvolvimentoRua Martinico Prado 474 - HigienópolisTelefone: 55 11 3822 2627******************************************************************************************************************************************************************************ESPAÑOLEl Centro Cultural de España en São Paulo comunica que la Nau Côclea de Camallera abre una convocatoria internacional dirigida a creadores que quieran establecer residencia para realizar un trabajo de investigación en 2009.La Nau Côclea de Camallera abre una convocatória internacional dirigida a creadores que quieran alojarse en su residència para realizar un trabajo de investigación durante 20091. La residencia de Côclea acoge proyectos de artes visuales, performance, teatro, música, escritura e intervenciones en el espacio público.El objeto de la residencia es que el artista encuentre las condiciones de espacio, concentración y equipamientos idoneos para su investigación.La residencia no contempla, aunque no descarta, la producción de los proyectos de investigacion ni su exhibición.2. Las residencias incluyen alojamiento de los artistas (maximo 4) y espacio de trabajo durante un mínimo de 7 y un maximo de 90 dias.Es posible la utilización de algunos recursos de la Nau (camara vídeo de alta definición, equipo de sonido..etc). Consultar en el apéndice las características de los espacios y la lista de recursos.3. El personal de Côclea ayudara a los artistas a hacer los contactos necesarios con la población local y los proveedores de los materiales y de los servicios relacionados con su investigación.También ayudara a los creadores a encontrarar recursos para la producción y exhibición futura de sus trabajos.4. Los artistas que deseen acogerse a esta convocatoria han de enviar por correo electronico info@naucoclea.com la seguiente documentación:- datos de contacto del responsable del proyecto, número de participantes, calendario por al que se solicita la residencia con opción alternativa si hay, y espacios necesarios (alojamiento y sala de trabajo, exteriores).- una carta de intenciones y un texto explícito donde el artista se compromete, si es elegido, a realizar la residencia en los plazos solicitados.- una descripción del proyecto (maximo 3 hojas), y un breve curriculum (maximo 2 hojas)5. Les solicitudes se pueden enviar durante todo el año.Fechas de resolución: 30 de marzo y 30 de agostoApéndicea. Residencia- 30m2- 2 habitaciones 1 con cama doble y 1 con dos camas individuales- pequeño salón, baño y pequeña cocina- wifi, calefacción, nevera, uso de lavadorab. Sala de trabajo-80 m2 cemento gris, altura de 3'10 mts y liso en las paredes, techo y tierra. sin ventanasc. Exteriores 8000 m2 uso restringido, segun la naturaleza del proyecto.d. equipamientosOrdenador E MAC G-4+Disco duro externo LACIE 250 Gb+ Final Cut proOrdenador portatil Macbook 12'Equipo para streaming (canopus, ordenador soporte LINUX) (uso restringido, segun programas de préstamo)Vídeo Camara SONY HDR - FX 1 E - HANDYCAM (uso restringido, segun programas de prestamo)2 Proyectores HITACHI CPS 220Digicam PANASONIC DMC-FZ30EGMGrabadora HDD (80Gb) & DVDEquipo de sonido*2 Monitores de sonido MACKIE SRM450/ C300 + Pies*2 Micrófonos RODE NT5*4 Micrófonos SHURE SM58*1 Tabla de mezclas MACKIE CFX 12 MIXER 12 canales*1 Procesador de sonido VIRTUALIZER PRO DSP2024P*1 Auriculares de precisión ATH-M40fs*1 Ultra G GI 100 ProfesionalFocos halógenos (no especializados)***********************************************************************************************************************************************************************INGLÊSLa Nau Côclea of Camallera announces a call for international applications from creators who wish to take up residency to perform research work in 20091. The Côclea residency accommodates projects of visual arts, performance, theatre, music, writing and interventions in pubic space.The residency is intended to enable the artist to encounter the ideal conditions of space, concentration and facilities for his or her research.The residency neither envisages nor rules out, the production of research projects or their exhibition.2. Residencies include accommodation for artists (maximum 4) and work space for a minimum of 7 for a maximum of 90 days.Some Nau resources (high-definition video camera, sound equipment, etc.) may be used. Consult the appendix for features of the spaces and the list of resources.3. Côclea staff will help artists to make the necessary contacts with the local population and suppliers of the materials and services associated with their research.They will also help creators to find resources for the production and future exhibition of their work.4. Artists who wish to apply for the residency must send the following documentation by e-mail info@naucoclea.com :- contact details of the person in charge of the project, number of participants, dates for which the residency is requested (with an alternative option should there be one), the spaces required (accommodation and work room, exteriors).- a letter of intent and a text in which the artist explicitly agrees, if he or she is chosen, to perform the residency in the periods requested.- a description of the project (maximum 3 sheets), and a brief CV (maximum 2 sheets)5. Applications may be sent throughout the year.Appendixa. Residency- 30m2- 2 rooms, 1 with double bed and 1 with two single beds- small lounge, bathroom and small kitchen- Wi-Fi, heating, refrigerator, use of washing machineb. Work room-80 m2 grey cement, 3.10 metres high with smooth walls, ceiling and floor. No windowsc. 8,000 m2 exteriors use of which is restricted and depends on the nature of the project.d. equipmentE MAC G-4 computer + LACIE 250 Gb external hard disc + Final Cut proMacbook 12' laptopstreaming equipment (canopus, LINUX backup computer) (restricted use, depending on loan programs)SONY HDR - FX 1 E – HANDYCAM video camera (restricted use, depending on loan programs)2 HITACHI CPS 220 projectorsPANASONIC DMC-FZ30EGM DigicamHDD recorder (80Gb) & DVDSound system*2 MACKIE SRM450 sound monitors / C300 + feet*2 RODE NT5 microphones*4 SHURE SM58 microphones*1 MACKIE CFX 12, 12 channel mixing table*1 VIRTUALIZER PRO DSP2024P sound processor*1 ATH-M40fs precision headphones*1 Ultra G GI 100 professional halogen spotlights (non-specialised)Montserrat MolinerCo-Directoramontserrat@naucoclea.com34/663316122http://www.naucoclea.com/...+...montserratmoliner@gmail.comhttp://montserratmolinervicent.blogspot.com/34/627580267
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Publicado por Eduardo Bonito el 6 de Marzo de 2009 a las 6:33am
JORNAL ESTADO DE SÃO PAULOSexta-Feira, 06 de Março de 2009Volta ao Simples é assunto de culturaFunarte pressiona MinC para tentar reverter decisão da Receita, que triplicou os impostos dasprodutoras culturais do PaísPatrícia VillalbaTamanho do texto? A A A AEnquanto o Ministério da Cultura planeja seu "pacote anticrise", produtores culturais, especialmenteda área de artes cênicas, pressionam a Fundação Nacional de Artes (Funarte) para tentar reverter oefeito bomba da Lei Complementar 128. Sancionada pelo presidente Lula em 19 de dezembro - umasexta-feira, último dia do calendário legislativo - como medida emergencial para conter os efeitosda crise em diversos setores, a lei excluiu as produtoras culturais do Supersimples, aumentando suacarga tributária. "O impacto na nossa área não foi previsto e, para nós, foi mesmo uma surpresa",disse ontem ao Estado o presidente da Funarte, Sérgio Mamberti.O Supersimples é um programa que reduz os impostos de micro e pequenas empresas. Desde o ano passadoe até a assinatura da Lei 128, era um direito também dos produtores culturais que, excluídos dosistema, agora terão de pagar entre 16% e 22% sobre o valor dos projetos - antes, esse percentualficava ente 4,5% e 16%. A medida que atinge as produtoras audiovisuais, de artes cênicas, escolas dearte e os produtores culturais em geral causou indignação no setor.Um abaixo-assinado, com 207 nomes, foi enviado à Funarte, e por meio dele os agentes culturaisquestionam a medida, chamam a atenção para a falta de diálogo e cobram uma solução urgente. Outroabaixo-assinado, organizado pelo Instituto Pensarte e endereçado ao governo federal e ao Congresso,já tem mais de 1.500 assinaturas (http://www.petitiononline.com/ip9s1234/petition.html).A situação é considerada especialmente grave pelos agentes culturais quando se leva em conta, ainda,a provável redução de patrocínios culturais por meio das leis de incentivo à Cultura, que sãoatrelados aos lucros das empresas - quanto menor o lucro, menor volume de recursos disponíveis parainvestimento por meio da Lei Rouanet. "Essa decisão (de excluir as produtoras do Supersimples) foitomada como uma medida emergencial, por isso não houve tempo de fazer uma consulta à classe. Ogoverno analisou o quadro geral das empresas que seriam atingidas pela crise, com mais atenção àsque têm folha de pagamento grande", observou Mamberti. "O critério foi esse. Nas ações emergenciais,é o tipo de coisa que pode acontecer mesmo."O presidente da Funarte informou ainda que, "como ator e militante da causa da cultura", levou aoMinC todas as mensagens de repúdio à medida, recebidas no site da entidade (www.funarte.gov.br), oque será repassado ao Ministério do Planejamento. Na primeira reunião ministerial do ano, em 2 defevereiro, o ministro Juca Ferreira levou a gravidade do caso ao presidente Lula, que o autorizou abuscar uma solução, em conjunto com a Fazenda, Planejamento e Casa Civil. No MinC, há expectativa deque a lei seja revista.A Lei 128, chamada de Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, é um ajuste da Lei 123/6 e era aguardadaansiosamente pelos microempresários do País. É vantajosa para alguns setores, como por exemplo, osescritórios contábeis, que passaram a pagar menos impostos. Regulamenta, ainda, a figura do"microempreendedor individual" - costureiras e sapateiros, por exemplo - que ficam isentos deimpostos. Seu efeito negativo para a Cultura, portanto, é de causar espanto aos produtores. Atéagora, a Receita Federal não se pronunciou sobre por que mudou as produtoras culturais de tabela.Na avaliação de Mamberti, nessa situação de emergência, o governo não levou em conta o fato de que aprodução cultural do País é fundamentada na atuação de pequenas e médias produtoras. "Foi lamentávelo que aconteceu. Mas isso não quer dizer que a área cultural foi neglicenciada. Nosso setor tem maisvisibilidade, mas com certeza há outras empresas pequenas, de outros setores por aí, que também vãosofrer por isso."Segundo dados do MinC, a área cultural abriga 5% das empresas do País (mais de 153 mil empresas),que empregam 1,17 milhão de pessoas. Mamberti diz que o MinC aguarda a volta de Juca Ferreira, queestá em viagem ao exterior, para continuar a articulação. "A solução é vista com urgência, mas não éalgo simples de se resolver e que não caminha conforme a nossa ansiedade", anotou. "Esperamos oministro, que poderá, quem sabe, ter alguma resposta mais contundente na semana que vem."
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Publicado por tamia guayasamin el 5 de Marzo de 2009 a las 6:00pm
Hago un llamado a los colegas latinoamericanos que estén involucrados en la creación o re-formulación de leyes para la danza, para que aporten al proceso de elaboracion del capitulo danza dentro de la Ley de Cultura Nacional en el Ecuador. Agradezco desde ya a quienes se puedan contactar y aportar desde su experiencia.Detalles:A partir de la creación del Ministerio de Cultura en 2007 y de la implementación de la nueva Constitución en 2008 se inició un proceso de cambio y construcción del arte y cultura del Ecuador en relación al Estado.Dentro de este proceso se sitúa la iniciativa de crear la Ley de la Cultura por parte del nombrado Ministerio, la cual abarcará todas las expresiones artísticas, incluída la danza (en todos sus géneros).Para obtener insumos para generar la ley el Ministerio impulsa congresos de cada arte (http://congresosmc.blogspot.com/), el de danza se realizó el pasado 27, 28 de Febrero y 1 de Marzo en Quito.Dentro de este Congreso, co-organizado con la directiva de la Unión Nacional de la Danza -UNIDANZA, participaron, además de los miembros de dicha organización a nivel nacional, el Colectivo de Danza Independiente y otros artistas.El Colectivo de Danza Independiente se conformó en vista del proceso coyuntural que atraviesa la cultura del país, y está integrado por artistas de Quito, Guayaquil y Manta, quienes proponen un trabajo horizontal y activo para la construcción de propuestas para la Ley, capítulo Danza.Del Congreso se derivó una comisión de 5 personas que trabajarán en conjunto con el Ministerio para la redacción del capítulo Danza dentro de la Ley. Esta comisión está conformada por integrantes de la directiva de Unidanza (Nelson Díaz, Luis Mueckay, Ruben Guarderas y Paco Salvador) y por un integrante del Colectivo Independiente (Tamia Guayasamin).Hago un llamado a los colegas latinoamericanos que estén involucrados en la creación o re-formulación de leyes para la danza, para que aporten a este proceso tan importante que se vive en el Ecuador. Agradezco desde ya a quienes se puedan contactar y aportar desde su experiencia.Tamia Guayasamin
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Publicado por Eduardo Bonito el 5 de Marzo de 2009 a las 11:30am
Oi todos,(para quem não está acompanhando o caso do simples, tem um outro blog meu de umas 2 semanas atras com mais explicacaoes...)Como prometido fizemos uma carta no Forum Rio - artes cenicas e economia criativa:http://www.gopetition.com/online/25848.htmlTambem existe outro abaixo assinado no seguinte endereço:http://www.petitiononline.com/ip9s1234/petition.htmlesse ja tem quase 2000 assinaturas...PECO A TODOS OS INTERESSADOS QUE ASSINEM OS DOIS... nao se esquecam de colocar o cpf ou cnpj...beijosedua carta no Forum Rio - artes cenicas e economia criativa:QUEREMOS O QUE É NOSSOPRODUTORES CULTURAIS E ARTISTAS CONCLAMAM A SOCIEDADE BRASILEIRA A PEDIR A IMEDIATA REVISÃO DA LEI 128.Queremos a cidadania e a legalidade jurídica e não uma AVALANCHE DE ENCERRAMENTO DE EMPRESAS DE MICRO E PEQUENO PORTENós, abaixo relacionados, solicitamos imediata revisão da Lei Complementar nº128, publicada no Diário Oficial da União em 19 de dezembro de 2008, e que tal como está NOS ONERA EM UM AUMENTO DE 400% DE TRIBUTAÇÃO.Em agosto de 2007 todos os profissionais da cultura (Teatro, Artes Cênicas, Dança, Circo, Cinema, Artes Plásticas, Produção Cultural e Artística) receberam a notícia de que poderiam abrir micro e pequenas empresas, assim como migrar para o SUPER SIMPLES potencializando a multiplicação de serviços. Passando a participar de uma forma inteligente, prática e digna de tributação, além de menos burocrática.Fomos enquadrados em uma tabela de impostos (Tabela 3) partindo da alíquota de 4,5% com aumento proporcional.ACREDITAMOS NO GOVERNO FEDERAL E ADERIMOS.E agora, no fim de 2008, sem nenhuma consulta prévia ou comunicado, fomos migrados para uma Tabela 4 que beneficia proporcionalmente as grandes empresas de contratação de pessoal.O aumento dessa carga tributária prejudica a saúde financeira das empresas, onera nossa condição de trabalho, cria empecilhos para nossa formalização, intervém em toda a dinâmica da nossa produção, diminui os recursos já escassos para o nosso setor, restringe o acesso a bens culturais e contradiz as diretrizes apontadas pelo Plano Nacional de Cultura.Temos orgulho de exercer nossos direitos e deveres de cidadão trabalhando e pagando os impostos devidos. Porém a natureza de nossa categoria não equivale a outras da Tabela 4 para qual fomos migrados. Impensável equiparar uma Produção Cultural com uma empresa de contratação de pessoal ou de construção de imóveis e obras de engenharia.Nossa natureza é diferente. Cria sim, milhares de empregos, mas de forma indireta através da prestação de serviços de categorias plurais gerando e multiplicando inclusive outros impostos.Acreditamos na Lei Complementar 128 que abrange novas categorias, mas não na opção de nos tirar o direito recebido anteriormente visando o possível e catastrófico encerramento de milhares de micro e pequenas empresas que acreditaram na Lei Original do Simples Nacional de 01 de julho de 2007.ESTAMOS CONSTERNADOS COM ESTA SITUAÇÃO, MAS CONFIANTES NA REVISÃO DA LEI 128!a outra carta que esta circulando:MENOS IMPOSTOS PARA A CULTURA, MAIS DESENVOLVIMENTO PARA O BRASILNa segunda quinzena de dezembro de 2008, quando a aten��o de todos se voltava para a virada do ano, o Governo sancionou a Lei Complementar n� 128/08, que prejudica � e muito � as produtoras audiovisuais, de artes c�nicas, escolas de arte e os produtores de cultura em geral.Com a lei as empresas de produ��o cultural, que haviam conquistado o direito de participar do Simples, e estavam enquadradas nos anexos III e IV da LC n� 123/06, foram reenquadradas no Anexo V, em decorr�ncia do disposto pelo art.3� da LC n� 128/08. Isso representou alt�ssima majora��o na carga tribut�ria do setor, que incide sobre a arrecada��o bruta, passando do m�nimo de 6% na lei anterior para o m�nimo de 17,5% na nova lei.Num cen�rio de crise econ�mica mundial, em que o Governo estimula setores da economia com desonera��o tribut�ria e vultosos empr�stimos para investimento, � inadmiss�vel que o setor cultural seja sacrificado com tal medida, a qual provocar� milhares de demiss�es no segmento. Atrelado a isso, o Minist�rio da Cultura teve seu or�amento cortado em 78% e prop�e a altera��o de principal mecanismo de financiamento � cultura.As medidas contrariam a tend�ncia mundial de investimento e incentivo p�blico ao setor econ�mico que mais cresce, gera empregos e sustentabilidade no mundo.Diante de tamanha insensibilidade governamental, as pessoas e organiza��es abaixo assinadas, que representam artistas, produtores, produtoras, empresas que geram emprego e renda na �rea, v�m a p�blico repudiar o aumento da carga tribut�ria do setor e pedir provid�ncias urgentes do Executivo e do Legislativo no intuito do retorno � carga tribut�ria anterior.
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Publicado por Eduardo Bonito el 5 de Marzo de 2009 a las 9:00am
Hola, adjunto información sobre el nuevo Máster en práctica escénica y cultura visual de la Universidad de Alcalá en colaboración con centros de arte contemporáneo de Madrid. Por favor, difundid! gracias Isabel www.artescenicas.org Master en práctica escénica y cultura visual 2009-2010 Dirigido por: Pilar Lacasa y José A. Sánchez Coordinador: Pedro Sarmiento Profesores: Rolf Abderhalden, La Ribot, Christine Greiner, Bojana Kunst, Pedro G. Romero, Gabriel Villota, Óscar Cornago, Hans Thies Lehman, André Lepecki, Óskar Gómez-Mata, Juan Loriente, Ingrid Wildi, Isabel de Naverán, Landry Wilfrid Miampika, Mercedes Bengoechea, Jesús Carillo, Julio Seoane, Ángel Abuin, Amparo Écija, Pablo Berastegui, Paz Santa Cecilia, Marta Oliveres, Patricia Ruz, Eugène van Erven, Bojana Cvejic, Marina Garcés, Eva López Crevillén, Muriel Romero, Fernando Quesada, Pablo Palacio, José María Lozano, Guillermo Navarro, Jesús Domínguez, Mercedes Pacheco. El programa incluye dos ciclos de conferencias con artistas y teóricos en el MNCARS de Madrid. Programa de posgrado de la Universidad de Alcalá en colaboración con el Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía y La Casa Encendida. Con el apoyo de Red de Teatros de España, Matadero de Madrid, Centro Coreográfico Gallego, Fundación ONCE y otros.... Este curso se propone desde la afirmación de las prácticas creativas como procesos de investigación. La incorporación de las enseñanzas artísticas al sistema de educación superior en Europa implica la consideración de las artes como disciplinas generadoras de conocimiento. El objetivo de este máster es abrir espacios de investigación para artistas, teóricos y profesionales de la pedagogía de las artes escénicas, posibilitando ámbitos de trabajo propios y metodologías adecuadas a la especificidad de lo escénico. La búsqueda de la especificidad no está reñida con la inscripción de estas prácticas en el campo más amplio de la cultura visual (o audiovisual). Tal inscripción justifica la oferta de cursos teóricos y laboratorios y el criterio para priorizar los talleres de apoyo. Se trata en primer lugar de plantear un concepto de creación escénica en diálogo con las formas de comunicación dominantes en la cultura contemporánea: de ahí el énfasis en la comunicación, el audiovisual y las herramientas tecnológicas. En segundo lugar, de asumir la imposibilidad de desligar el ámbito de la creación artística de otras prácticas discursivas y sociales: de ahí el interés por los estudios culturales, las artes para la comunidad y la autogestión de proyectos. Más información adjunta y en www.artescenicas.org mas infotambien en este documento: 2009.02.23. Master en práctica escénica y cultura visual.docLeer más…
Publicado por Isabel Ferreira el 5 de Marzo de 2009 a las 4:26am
Master en práctica escénica y cultura visual , 2009-2010www.artescenicas.orgDirigido por: Pilar Lacasa y José A. SánchezCoordinador: Pedro SarmientoProfesores: Rolf Abderhalden, La Ribot, Christine Greiner, Bojana Kunst, Pedro G. Romero, Gabriel Villota, Óscar Cornago, Hans Thies Lehman, André Lepecki, Óskar Gómez-Mata, Juan Loriente, Ingrid Wildi, Isabel de Naverán, Landry Wilfrid Miampika, Mercedes Bengoechea, Jesús Carillo, Julio Seoane, Ángel Abuin, Amparo Écija, Pablo Berastegui, Paz Santa Cecilia, Marta Oliveres, Patricia Ruz, Eugène van Erven, Bojana Cvejic, Marina Garcés, Eva López Crevillén, Muriel Romero, Fernando Quesada, Pablo Palacio, José María Lozano, Guillermo Navarro, Jesús Domínguez, Mercedes Pacheco.El programa incluye dos ciclos de conferencias con artistas y teóricos en el MNCARS de Madrid.Programa de posgrado de la Universidad de Alcalá en colaboración con el Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía y La Casa Encendida. Con el apoyo de Red de Teatros de España, Matadero de Madrid, Centro Coreográfico Gallego, Fundación ONCE y otros....Este curso se propone desde la afirmación de las prácticas creativas como procesos de investigación. La incorporación de las enseñanzas artísticas al sistema de educación superior en Europa implica la consideración de las artes como disciplinas generadoras de conocimiento.El objetivo de este máster es abrir espacios de investigación para artistas, teóricos y profesionales de la pedagogía de las artes escénicas, posibilitando ámbitos de trabajo propios y metodologías adecuadas a la especificidad de lo escénico.La búsqueda de la especificidad no está reñida con la inscripción de estas prácticas en el campo más amplio de la cultura visual (o audiovisual). Tal inscripción justifica la oferta de cursos teóricos y laboratorios y el criterio para priorizar los talleres de apoyo. Se trata en primer lugar de plantear un concepto de creación escénica en diálogo con las formas de comunicación dominantes en la cultura contemporánea: de ahí el énfasis en la comunicación, el audiovisual y las herramientas tecnológicas. En segundo lugar, de asumir la imposibilidad de desligar el ámbito de la creación artística de otras prácticas discursivas y sociales: de ahí el interés por los estudios culturales, las artes para la comunidad y la autogestión de proyectos.Más información adjunta y en www.artescenicas.org
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Publicado por www.idanca.net el 4 de Marzo de 2009 a las 11:14am
O Instituto Itaú Cultural lançou nesta segunda-feira (2/03) os novos editais do programa Rumos. Nesta edição serão contemplados projetos nas áreas de Arte Cibernética, Cinema e Vídeo, Dança e Jornalismo Cultural. Além disso, em 2009 também serão difundidos os trabalhos de artes visuais e de educação, cultura e arte e haverá o lançamento dos produtos finais da formação em literatura e em pesquisa em gestão cultural.Todos os editais abrem inscrições na quarta-feira (4/03) e vão até 29 de maio - com exceção de Jornalismo Cultural, que termina em 31 de julho. As seleções serão feitas por comissões especializadas em cada área e o resultado final dos projetos selecionados será conhecido no segundo semestre de 2009 no site do programa.Cada um dos editais está em uma edição e todos carregam suas especificidades. Em se tratando da área de Dança, este é o 4ª edital - que contempla os anos de 2009/2010 - e traz uma novidade importantíssima: o foco no processo de criação e não mais no produto final. As carteiras desta edição são Desenvolvimento de Pesquisa Coreográfica em Dança Contemporânea e Apoio à Pesquisa e Produção de Videodança.Para saber mais, clique aqui.
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Publicado por Luciano Tavares el 3 de Marzo de 2009 a las 3:00pm
Reestreia dia 14 de março às 20h 30min na Sala 209 do Centro Cultural Usina do Gasômetro Porto Alegre/RSSábados e Domingos até o dia 22 de março De Eduardo Severino com Luciano Tavares, Mônica Dantas, Eduardo Severino, Dani Boff e Luciana Hoppe Piriforme, pectíneo, quadrado lombar. Ísquio, ilíaco, púbis. Glúteo máximo, glúteo médio, glúteo mínimo. Quadril. Esse conjunto composto por ossos e por músculos anatomicamente funcionais constitui uma região amplamente popular em nosso país: a bunda. O amplo interesse por esta parte do corpo está presente, desse modo, em diversas áreas, sendo foco de inspiração e temática. A chamada “preferência nacional” dos brasileiros, a bunda, é o cerne para criação desse novo trabalho coreográfico da companhia. Em cena o elenco aborda com humor o imaginário brasileiro, brindando nos movimentos de seus corpos para além da banalização dos elementos que compõem o real e o simbólico desse universo. A obra tenta desmistificar as várias conotações que são dadas a ela ao experimentar esta parte do corpo com movimentos que não apenas remetam à sua representação erótica ou sexual, e sim, dispor a colocar em foco esta porção privilegiada do corpo sem falsos moralismos. Como dizia Drummond, “É o milagre de serem duas em uma, plenamente, e bunda é a bunda, redunda”. E bem como viu Jean-Luc Henning em sua Breve história das nádegas, “a bunda é barroca, sim: a bunda é barroca. Curva e plenitude” dispara.
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Publicado por Claudia Pisani el 3 de Marzo de 2009 a las 9:30am
Il Coreografo Elettronicoanuncia el16º Festival Internacional de Videodanzaque ocurrirá los días 3 y 4 de junio de 2009 en Nápoles, Italiaen el PAN - Palazzo delle Arti NapoliPara más información visita el web site: NapoliDanzaLeer más…
Publicado por Carolina De Luca el 2 de Marzo de 2009 a las 12:48pm
1. Danza Teatro: Entrenamiento y MontajeAbierto a todos los niveles de experienciaViernes de 19:30 a 22 hs Sala Surcos. BoedoDestinado a estudiantes de danza, teatro, músicos, cantantes y artistas de cualquier disciplina interesados en iniciarse en el lenguaje compositivo de la danza teatro con necesidad de profundizar en él. Principiantes bienvenidosObjetivos:* Entrenar desde un abordaje sensopercep tivo elementos técnicos propios de la Danza Teatro como género a saber:* Integración cuerpo-voz,* La danza como acción física,* Destrezas y habilidades,* Dramaturgia aplicada a la composición en danza,* Elaboración de materiales escénicos.Técnicas de abordaje: Danza Teatro, Danza Contemporánea, Entrenamiento Antropológico, Eutonía, Sensopercepción, Anatomía Funcional aplicada al movimiento y la voz.Algunas Premisas del trabajo:* El cuerpo como herramienta fundante del trabajo. La presencia escénica. Habitar el propio cuerpo* La generación de imágenes. Sensorialidad y escucha. "Ponerle el cuerpo" a la imagen* Diferencia entre imagen e idea.* Trabajar creativamente desde la improvisación hacia la organización del material. (Partitura coreográfica)* Probar, mirar, organizar, elegir, descartar. Análisis de la producción personal.* Incorporar elementos de construcción dramatúrgica* Creación del material escénico individual o grupal con posibilidad de muestra (optativa)Una aproximación a la teoría:* Concepto de espacio y vacío.* El vacío como espacio de diferenciación. La individualidad a partir del vacío.* Cuerpo construido por el vacío* El cuerpo como creador del espacio.* Construcción del espacio escénico* Algunos parámetros formales de la Plástica aplicables en la composición escénica.* Lo musical como constitutivo y no como mero acompañamiento. Conceptualización.* La acción sonora.* Elementos de análisis. Dramaturgismo.Arancel: $140.- meses de 4 clases$ 150.- meses de 5 clases. Incluye material teórico y clases extras con videos.Se reserva la vacante abonando anticipadamente el 50%del arancel x medio de un depósito bancario. Solicitar Nº de cuenta por mail o teléfono.2. Composición y Montaje en Danza TeatroMartes de 11 a 13.30hs.Sala Surcos. Boedo.Destinado a estudiantes de danza, teatro, músicos, cantantes y artistas profesionales de cualquier disciplina interesados en iniciarse en el lenguaje compositivo o con necesidad de profundizar en él. Requiere al menos dos años de experiencia previa en Danza y/o Teatro o haber realizado alguno de los seminarios intensivos de verano.Objetivos: Acercar elementos concretos de organización y composición del material escénico desde un abordaje integrador y analítico.Generar material escénico concreto y en lo posible para ser "puesto en escena/ mostrado/ estrenado" durante el 2009. (Las muestras son siempre optativas dependiendo del crecimiento del trabajo y del deseo de cada participante)Se trabajará a partir de la propuesta de cada participante en la elaboración de un solo (o dúos o tríos) pudiendo ser éste coreográfico, teatral, musical, performático, etc. Se tenderá a la mixtura de estos lenguajes respetando siempre el deseo de cada participanteSi bien el Laboratorio es grupal, el trabajo se centrará en cada propuesta elegida previamentepor el participante. Para aprovecharlo en su totalidad requerirá de ensayos y trabajo personal por fuera del mismo.Algunas Premisas del trabajo:* El cuerpo como herramienta fundante del trabajo. La presencia escénica. Habitar el propio cuerpo.* La generación de imágenes. Sensorialidad y escucha. "Ponerle el cuerpo" a la imagen* Diferencia entre imagen e idea.* Trabajar creativamente desde la improvisación hacia la organización del material. (Partitura coreográfica)* Probar, mirar, organizar, elegir, descartar. Análisis de la producción personal* Incorporar elementos d e construcción dramatúrgica* Creación del material escénico individual o grupal con posibilidad de muestra (optativa)Una aproximación a la teoría:* Concepto de espacio y vacío.* El vacío como espacio de diferenciación. La individualidad a partir del vacío.* Cuerpo construido por el vacío.* El cuerpo como creador del espacio.* Construcción del espacio escénico* Algunos parámetros formales de la Plá stica aplicables en la composición escénica.* Lo musical como constitutivo y no como mero acompañamiento. Conceptualización.* La acción sonora.* Elementos de análisis. Dramaturgismo.Arancel: $140 meses de 4 clases$150.- meses de 5 clases. Incluye material teórico y clases extras con videos.Se reserva la vacante abonando anticipadamente el 50% del arancel x medio de un depósito bancario. Solicitar Nº de cuenta por mail o teléfono.Más información: vaciadeespacio@yahoo.com.ar011 4922 8763FacebookMyspaceSkipe: vaciadeespacio.teatro.danzahttp://carolinadeluca.blogspot.comhttp://vaciadeespacio.blogspot.com3. Composición Espontánea:Espacio Abierto y Autogestivo:ver blog específicohttp://composicion-espontanea.blogspot.com4. Entrenamiento Dinámico: Eje Postural, Apoyos y columna Vertebralo "Las raíces del Asunto" desde Marzoen Casa PuánAbierto a todo público, principiantes bienvenidos.Nuevos horarios desde MarzoDesde un trabajo de reconocimiento corporal profundo, a través de elementos de Anatomía Funcional, Eutonía, Esferodinamia y Sensopercepción, se propone un recorrido dinámico en las premisas del Movimiento, la postura y la bipedestación.Las clases son en grupos muy reducidos o bien individuales.Zona: Parque Chacabuco.Grupales arancel:1 vez por semana: $70 por mes, 2 veces por semana $100 por mes, 3 veces por semana $ 130 por mes.Individuales: Horarios a convenir.Más información envaciadeespacio@yahoo.com.ar0114922 8763FacebookMyspacehttp://carolinadeluca.blogspot.comskipe: vaciadeespacio.teatro.danzahttp://vaciadeespacio.blogspot.comLeer más…
Este ensaio apresenta o trabalho de campo em um evento de moda (SPFW) A construção da Cena na Moda Anderson de Souza Fotos: Anderson de Souza Entre os dias 18 e 26 de janeiro aconteceu a 26ª edição do São Paulo Fashion Week, nos domínios do parque Ibirapuera, mais especificamente no prédio da Bienal de Sâo Paulo. O local que recebe constantemente grandes eventos e exposições, durante seis dias abrigou o maior evento de Moda da America Latina, considerado pela Revista Forbes (janeiro de 2007) uma das cinco semanas de moda mais importantes do mundo. E como fui parar lá? Como enviado especial do Senac/Canoas credenciado como fotógrafo, e com o objetivo de fazer a cobertura fotográfica do evento e identificar (pesquisar) as possíveis propostas que influenciarão a moda no inverno 2009, informações estas que poderão ser conferidas na 4ª Edição do Seminário de Moda e Beleza , que será realizado nos dias 6 e 9 de março nos domínios da Escola Senac/Canoas. E foi caminhando ao longo desses dias pelos corredores da Bienal, correndo de um desfile para o outro, subindo e descendo rampas e escadas, que com o auxilio de minhas lentes (dos meus óculos, e da Nikon D70 gentilmente emprestada pela Fotógrafa Juliana Moscofian) que pude perceber e buscar registrar muito mais do que modelos e pessoas reconhecidas como “descoladas” dentro de um contexto de moda. Entre tantas coisas, o que mais atraiu meu olhar foi a maneira como os espaços eram construídos, as ambientações, o trabalho de cenografia, a iluminação e as cenas em geral que compunham todo o evento. Criações que proporcionavam a este evento, e em especial aos desfiles, as características de um espetáculo. Com o tema Brasileirismo, os 25.153 m² de área da Bienal estiveram ambientados de maneira criativa, muitas vezes com idéias simples, sem perder o foco na sustentabilidade através do projeto SPFW – Carbon Free que desde 2007, vem reutilizando todo o material cenográfico, reduzindo consumo de energia elétrica e reciclando materiais, entre outras ações. Foram plantadas 7.372 árvores que compensarão 1.168 toneladas de CO2 emitidas em decorrência das edições Inverno 2008 e Verão 2009 da SPFW. Em tempos de crise econômica, crise climática entre tantas outras crises, finalmente estas preocupações com a economia e questões ambientais parecem estar entrando na moda. E tomara que esta moda seja como a do jeans, que desde seu aparecimento não saiu de evidencia. As paredes externas das 4 salas de desfiles eram recobertas com paineis de papelão reaproveitados das edições anteriores, uma idéia desenvolvida dentro do projeto SPFW – Carbon Free, cujo resultado de efeito visual me pareceu muito interessante. E como forma de lembrar a importância dos caminhões e seus caminhoneiros, que “num país continental com mais de um milhão de quilômetros de rodovias tem 56% de toda a produção nacional circulando sobre carretas(01)”, nos corredores laterais as paredes foram adesivadas com imagens ampliadas dos desenhos tradicionalmente pintados em carrocerias de madeira de caminhão que dividiam espaço com frases como “se você estiver sem calcinha de uma risadinha” e ditos populares que podem ser encontrados também nos pára-choques de caminhão. Este Brasileirismo abordado como tema do evento parte de um principio que fala de “um Brasil que é reconhecido mundialmente por sua diversidade cultural e racial, e pela felicidade intangível, representada em suas várias manifestações e celebrações(02)”. Onde a moda é um dos elementos que compõe esta brasilidade participando da construção de identidade do povo deste país. Neste ritimo de celebração, o evento também comemorou o centenário de nascimento de Carmem Miranda, a “grande pequena notável”, uma das primeiras referencias internacionais do Brasileirismo, onde sua presença pôde ser notada em vários locais do evento desde o hall de entrada, passando por detalhes espalhados pelos espaços dos patrocinadores e apoiadores do evento, até chegar ao último pavimento da Bienal onde se localizava uma exposição especial com peças do acervo do Museu Carmen Miranda. E na sala de imprensa, um grande espaço exclusivo para abrigar a imprensa nacional e internacional entre computadores e samambaias, as paredes faziam alusão às tradicionais fitinhas de santo, como as de nosso Senhor do Bonfim e Nossa Senhora Aparecida. A preocupação com a cena em um desfile de moda Dando continuidade ao que citei anteriormente, quando comparei a cenografia empregada no evento à cenografia de outros espetáculos, foi com a intenção de retratar que no SPFW havia uma vasta estrutura de iluminação e outros elementos cênicos que poderiam ser comparados a estrutura de uma grande casa de shows ou mesmo de um grande teatro de São Paulo(03). O que faz deste evento um grande palco que recebe espetáculos variados voltados para o contexto de moda. E se ainda havia de minha parte alguma dúvida sobre a importância da iluminação para a construção de uma cena, este evento erradicou todos os vestígios dessa possível dúvida. Constatação que só se completou com o que vivenciei nas salas de desfiles. Que em sua grande maioria, se utilizaram de uma cenografia com poucos elementos, que somados aos recursos de som, vídeo e iluminação tornavam as cenas surpreendentes. Veja a seguir alguns exemplos que pontuei: Osklen (4) No primeiro dia a Osklen forrou a passarela com um material que lembrava uma areia negra, enquanto na parede de fundo era projetado um intenso nascer do sol. CORI (05) Neste mesmo dia a Cori, que usou como referências para suas criações a arquitetura, concretismo e futurismo retrô, apresentou em sua cenografia um imenso cubo branco que parecia ter saído da parede e se encontrava flutuando sobre a passarela de mesmo tom. Colcci (06) Provavelmente este era um dos desfiles mais esperados e disputados, tudo isso devido a presença de Gisele Bünchen. Onde Jéssica Lengyel, atual estilista da marca, levou para sala 1 de desfiles o universo dos colecionadores, e para ilustrar este universo, as paredes da boca de cena da passarela foram recobertas com diversos elementos colecionáveis, todos devidamente emoldurados, e como todos esses elementos da boca de cena eram brancos, eles se tornavam mais visíveis através dos efeitos de sombra e luz decorrentes das várias intensidades da iluminação. Na trilha sonora era possível identificar trechos de alguns sucessos dos anos oitenta remixados com músicas eletrônicas mais atuais. Conclusão Em um evento que atraí investidores e jornalistas de vários pontos do Brasil e do mundo onde o foco está nos produtos de moda a serem comercializados na próxima estação, a preocupação com o como estes produtos seriam apresentados tem construído cenas que resultam em atmosferas artísticas dando destaque aos elementos cênicos, iluminação e tecnologia disponível que servem de moldura para o foco principal – a roupa. E nesse ponto de vista concordo com as palavras e Oscar Metsavaht em entrevista concedida para o informativo World Fashion Daily 1 (distribuído gratuitamente pelos corredores do SPFW): “com a crise, vai se o luxo exuberante mas a qualidade e a criatividade não precisam ser comprometidas”. Parabéns aos estilistas e suas equipes de produção, em especial a Daniela Thomas e Felipe Tassara que assinaram a cenografia desta 26ª edição do SPFW. O restante deste ensaio pode ser acedo no site www.ferrazdesouza.com no Informativo FdeS Ano 01 Edição 01. Notas: 01 - Patricia Favalle, São Paulo, 17 de janeiro de 2009, 20h40 disponível em http://www.spfw.com.br/noticia_det.php?c=2793 02 - Andre Rodrigues, São Paulo, 09 de janeiro de 2009, 22h52 disponivel em http://www.spfw.com.br/noticia_det.php?c=2473 03 - Me refiro a SP pelo fato do evento acontecer em SP. 04 - Osklen é uma marca de moda masculina e feminina brasileira criada por Oskar Metsavath. 05 - A Cori é pioneira na moda em escala industrial no Brasil Inaugurada em São Paulo em 1957, nos anos 60 ousou praticamente inventando o uso de calça pelas mulheres brasileiras. 06 - A Colcci surgiu em 1986 na cidade de Brusque/SC, voltada para a moda jovem. No ano de 2000, o grupo AMC Têxtil adquiriu a marca, Desde 2006, a estilista Jessica Lengyel assina a direção criativa da grife.
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Este ensaio faz parte de uma pesquisa em processo. Metamorfoseando o Corpo - O Hibridismo Corporal na Dança Francine Pressi Imagem pesquisada em: http://photobucket.com/images/danceshoes Acesso em: 04/02/2009 "A hibridação é hoje em dia, o destino do corpo que dança, um resultado tanto das exigências da criação coreográfica, como da elaboração de sua própria formação. (LOUPPE, 2000:31)." Diante de uma era globalizada, e em meio à fragmentação e multiplicidade de estilos e culturas, as sociedades modernas e contemporâneas são marcadas pela dúvida e pela instabilidade, dando origem a novos sujeitos que reúne em suas características corpóreas a incrível habilidade de se “metamorfosearem”, de conseguirem transitar livremente entre territórios até então ditos incompatíveis. E a hibridação parece algo cada vez mais comum entre aqueles que convivem em meio a sociedades contemporâneas e neste caso, mais especificamente na área da dança. Mas antes de nos aventurarmos em discutir sobre o assunto, é necessário primeiramente, compreender o que é um Corpo Híbrido. Laurence Louppe em “Corpos Híbridos” (2000) cita Dena David (1993) - que em seu artigo “O Corpo Eclético” - denomina o corpo híbrido como sendo: "... aquele oriundo de formações diversas, acolhendo em si elementos díspares, por vezes contraditórios, sem que lhe sejam dadas as ferramentas necessárias à leitura de sua própria diversidade. LOUPPE (2000)". O bailarino de corpo híbrido mesmo mantendo resquícios de sua identidade original (abordaremos o assunto mais a frente), encontrou uma estranha maneira de deslizar entre técnicas de dança até então ditas incompatíveis, tendo assim, o domínio não só de uma técnica em particular, mas tendo a capacidade de transitar sobre várias linguagens tendo como base diferentes técnicas de dança. E este processo de metamorfose onde faz uso da plasticidade que possui, repete-se constantemente a cada vez que o bailarino desloca-se entre uma e outra prática de dança. Ele consegue metamorfosear o próprio corpo sem jamais perder a excelência em cada uma das técnicas que pratica. Atualmente, a construção corporal de um bailarino torna-se quase inviável através de uma única prática de dança. É muito comum vermos bailarinos “pulando” de uma companhia para a outra como quem muda de roupa, tendo livre acesso aos mais variados estilos de dança, práticas corporais alternativas e mais comum ainda, notarmos o quanto eficientes são em cada uma destas práticas. Mas de que modo este corpo consegue transitar livremente entre territorialidades distintas sem perder a excelência em cada uma delas? Estariam eles à mercê da moda, fazendo uso de seus corpos, e automaticamente desta hibridação, para trabalharem conforme a necessidade do mercado atual? Estes são apenas alguns dos questionamentos que estarão sendo aqui abordados. Os breves tópicos aqui propostos, ainda que de forma superficial, buscam compreender os mecanismos envolvidos nesta hibridação de corpos e como este processo se dá em um sistema social contemporâneo como o que vivemos atualmente. Vale também salientar, que todos os textos aqui produzidos são apenas processos, pois ainda se está em busca de maiores esclarecimentos, portanto, sujeitos à contestação e abertas a novas formulações. Efeitos da globalização e a formação de Identidades Com base na obra “A Identidade Cultural na Pós-Modernidade” de Stuart Hall, pode-se dizer a partir da idéia de alguns teóricos, que as sociedades modernas no fim do século XX estão sofrendo uma transformação a partir de um tipo de mudança estrutural que vem gradativamente fragmentando tudo aquilo que no passado, nos havia sido dado como sólidas, como noção de unidade. Toda esta fragmentação têm também afetado a noção de identidade pessoal, segundo Hall: "Esta perda de um 'sentido de si' estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento - descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos – constitui uma 'crise de identidade' para o indivíduo. (HALL, 2001: 9)". Hall nos coloca que o sujeito pós-moderno não possui uma identidade fixa ou permanente, mas sim, que está sempre sofrendo constantes modificações. “O sujeito assume identidades diferentes que não são unificadas ao redor de um 'eu' coerente”. (HALL, 2001: 13). Além disso, ele também nos coloca que a idéia de possuir uma identidade plenamente unificada é mera fantasia, e que ao contrário disso: "[...] à medida que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar – ao menos temporariamente. (HALL, 2001: 13)". O processo de mudanças rápidas e constantes pelo qual passam as sociedades modernas é conhecido como “globalização”, e tem sido a principal distinção entre as sociedades “tradicionais” e as sociedades “modernas”. Atualmente, com o auxílio da mídia, grande parte das pessoas tem acesso direto aos mais variados tipos de informação, isto possibilita que o indivíduo possa escolher entre inúmeras opções diferentes e que teoricamente tenha livre acesso a qualquer uma destas possibilidades (muito embora na prática, nem todos tenham de fato acesso livre à todas estas informações). Hall citando Ernest Laclau (1990) – que usa o conceito de deslocamento – diz: "Uma estrutura deslocada é aquela cujo centro é deslocado, não sendo substituído por outro, mas por 'uma pluralidade de centros de poder'. As sociedades modernas, argumenta Laclau, não têm nenhum centro, nenhum princípio articulador ou organizador único e não se desenvolvem de acordo com o desdobramento de uma única 'causa' ou 'lei'. (HALL, 2001: 16)". A partir daí notamos uma sociedade moderna caracterizada pela 'diferença', pela possibilidade de produzir diferentes identidades de sujeitos a partir de diferentes visões e antagonismos sociais. Segundo Hall, para Laclau estas sociedades permanecem integradas não pelo fato de serem unificadas, mas sim por conseguirem sob certas circunstâncias, articular todas as suas diferenças, mesmo que parcialmente. E embora seja um pouco assustadora a concepção de uma identidade provisória e inconstante, Laclau afirma haverem alguns pontos favoráveis, que apesar de nos levar a desarticulação de identidades estáveis do passado, nos possibilitaria novas articulações, como a criação de novas identidades e inclusive a produção de novos sujeitos. A construção social do corpo Conforme Denise Siqueira no livro “Corpo, Comunicação e Cultura: a Dança Contemporânea em cena”, o corpo é construído socialmente, sendo considerado espaço e reflexo de cultura. Ele adquiri significado a partir de experiências sociais e culturais do indivíduo em seu grupo. "Sua postura, forma, disposição, suas manifestações e sensações geram signos que são compreendidos por uma imagem construída e significada pelo interlocutor. Os gestos e movimentos desse corpo também são construídos, aprendidos no convívio em sociedade – seja diretamente, no contato interpessoal, ou por imagens e representações veiculadas por meios de comunicação. (SIQUEIRA, 2006: 42)". Para o filósofo Merleau-Ponty a maneira de o indivíduo 'ver' o mundo interfere no corpo, em suas palavras: “(...) Tudo o que sei do mundo, mesmo devido à ciência, o sei a partir de minha visão pessoal ou de uma experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência nada significariam.” (SIQUEIRA, 2006:45). Desta forma Merleau-Ponty vê em seu próprio corpo seu ponto de vista sobre o mundo. “O corpo não seria apenas um objeto físico e sim 'aparência' de uma interioridade”. (SIQUEIRA, 2006: 49). A identidade do sujeito está estreitamente ligada ao “lugar” onde ocorre sua formação, onde é moldado o seu próprio “eu”. Estes lugares segundo Hall, permanecem fixos e é onde criamos “raízes”, porém este espaço pode ser penetrado e moldado por influencias sociais diferentes que “cruzam” o espaço e nos possibilitam ter acesso a relações distantes (em termos de local – geográfico), não sendo mais necessária qualquer interação face-a-face. Em termos artísticos, esta ampla combinação de conceitos faz com que a dança amplie suas possibilidades de expressão e rompa com algumas de suas fronteiras permitindo através da dança contemporânea, por exemplo, o intercâmbio com inúmeras linguagens diversificadas. Tradição e Tradução Naquilo que diz respeito à formação de novas identidades, Hall - fazendo uso de um conceito desenvolvido por Robins (1991) - cita os termos Tradição e Tradução. O termo Tradição busca a idéia de recobrar a sensação de unidade e de pureza que foram perdidas na pós-modernidade, e o termo Tradução, refere-se aos indivíduos que foram dispersados de seus lugares de origem, e necessitam agora negociar com as novas culturas que os acolheram sem perder totalmente a sua identidade original. "Eles são, irrevogavelmente, o produto de várias histórias e culturas interconectadas, pertencem a uma e, ao mesmo tempo, a várias 'casas' (e não a uma 'casa' em particular). As pessoas pertencentes a essas culturas híbridas têm sido obrigadas a renunciar ao sonho ou à ambição de redescobrir qualquer tipo de pureza cultural 'perdida' ou de absolutismo étnico. Elas são irrevogavelmente traduzidas. (HALL, 2001: 89)". Com base nas palavras acima descritas, seria possível dizer que a hibridação dependeria de uma série de fatores contidos no ambiente e na subjetividade de cada bailarino, os quais definiriam a disponibilidade e a percepção corporal de cada indivíduo? A percepção corporal seria fundamental à adaptação do bailarino dentro das novas condições (técnicas) propostas a ele? Segundo Dena David (1993) citada por Laurence Louppe em seu artigo, o sujeito não escolhe ter um corpo híbrido, ele é escolhido Os bailarinos que possuem um corpo híbrido são dotados de uma plasticidade que os permitem “desconstruir” aquilo que está em sua memória corporal para então “incorporar” uma nova técnica em seu corpo. "No corpo (...) a relação com o mundo se efetua através de uma gama bastante complexa de mediações, e a aquisição consciente de suas ferramentas simbólicas se faz através de uma lenta impregnação 'epidérmica', em uma longa aprendizagem (LOUPPE, 2000:34)". As informações do meio se instalam no corpo modificando-o e fazendo com que o mesmo, embora continue se comunicando com o ambiente externo, agora modifique sua maneira de se relacionar, ele agora cria novas formas de troca. E para cada novo tipo de aprendizado que o corpo recebe, novas redes particulares de conexão se criam e jamais se perdem. A idéia de Cultura adotada por Katz e Greiner é a de “um sistema aberto, apto a contaminar o corpo e a ser por ele contaminado e não a influenciá-lo ou ser a causa de mudanças visualmente perceptíveis nele” (KATZ e GREINER, 2003: 95). O corpo na contemporaneidade teria a tendência de fazer cada vez mais uso desta plasticidade? Conforme afirmam Flavia Meireles e Alice Eizirik a “plasticidade é a capacidade do corpo se deformar, assumir e entrar em formas, informar, transformar. Ela é anterior ao 'incorporar' (informações), porque o corpo, atingido por uma informação nova, precisa ser capaz de mudar de forma, de deformar-se para depois tornar esta informação integrante ou não dele.” Este mecanismo de constante metamorfose permite ao corpo híbrido não se limitar a um único tipo de códigos. Através da plasticidade ele consegue transitar por entre os territórios da dança e assumir diferentes representações cênicas mantendo a excelência em cada uma das práticas que executa. Mas afinal, com base nas informações citadas, o corpo híbrido é escolhido ou construído socialmente a partir de suas relações com o meio onde transita e exercita suas práticas? Ou seria talvez uma combinação de ambas as possibilidades? A diferença entre hibridação e mestiçagem Há algum tempo fala-se muito em mestiçagem na área da dança, onde a estética de técnicas antigas (antigas no sentido de possuírem maior tempo de existência), a influência do teatro e outras áreas não passam de simples referências, onde o corpo em essência jamais é modificado, apenas cria a “ilusão” de mistura. Para Laurence Louppe, em seu artigo “Corpos Híbridos”, na mestiçagem você pode fazer associações entre técnicas ou estilos de dança, artes marciais e técnicas teatrais, por exemplo, em um único espetáculo, não importando se a estética deste projeto será “impura” , o que importa é que estas são: "[...] misturas que funcionam apenas na superfície. Elas afetam unicamente o mosaico (ou seria o marketing?) que servirá para montar o espetáculo – o seu sistema de produção, por assim dizer. (LOUPPE, 2000:28)". Ou seja, esta mistura será sempre ilusória enquanto o corpo não for afetado. A mestiçagem, ao contrário da hibridação, não transforma a estrutura essencial do sujeito, apenas “enriquece-o pela acumulação de outras heranças genéticas ou culturais”. A idéia de hibridação, na visão de Laurence, torna-se muito mais perturbadora do que a própria mestiçagem, pois segundo ela, a hibridação funciona muito mais pelo lado da perda, pois na realidade ela cria uma relação entre “espécies” – e dentro da dança pode-se dizer entre estilos ou técnicas – “incompatíveis” dando origem a novas corporeidades. Mas será que o surgimento destas inéditas corporeidades funcionaria unicamente pelo lado da perda? Não seria talvez apenas uma questão de ponto de vista? Quando se pensa, por exemplo, em diversidades e interconexão de linguagens dentro de um contexto social em que esta multiplicidade de fatores é muito requisitada, será que a questão da autoria e da originalidade do profissional em dança, não poderia estar sendo visto como um ponto positivo ao buscar o recurso da hibridação? Partindo da idéia de que o “híbrido [...] é frequentemente, totalmente isolado e atípico, [e que] é o resultado de uma combinação única e acidental”. (LOUPPE, 2000), não possuindo nenhuma espécie de referência corporal que o identifique na atualidade, pode-se dizer que o mesmo se dá quando em espetáculos de dança, busca-se trabalhar com uma nova visão ou padrão de movimentos. A partir do momento em que o coreógrafo opta pela criação de uma obra, em que aceita e assume a interferência de outras linguagens no padrão de movimentos, modificando sua estrutura, ele passa a criar uma dança híbrida, não sendo mais possível identificá-la enquanto uma técnica ou estilo específico de dança. E para muitos, o fato de não haver uma referência que a classifique de alguma forma, pode ser algo assustador, ainda mais quando se luta pela permanência de certa “originalidade” no padrão de movimentos, quando se espera perpetuar determinadas técnicas. Considerações Finais Em uma época regida pela fragmentação da cultura, pela multiplicidade de métodos, maneiras de pensar e estilos de expressão tão diversificados, certamente não é uma tarefa fácil apontar exatamente os mecanismos atuantes e as condições favoráveis para a construção corporal de um bailarino de corpo híbrido (ou na busca de um corpo hibrido), pois abrangeria um vasto campo de informações o qual infelizmente, não seria possível aprofundar dentro deste pequeno ensaio. Obviamente ainda há certos questionamentos, que particularmente me intrigam, como por exemplo, quais seriam as conseqüências do excesso desta hibridação no sistema social contemporâneo? Ou será que haverá de fato graves conseqüências para este sistema social? Estas e outras questões, quem sabe um dia, terão respostas e como em um ciclo, nos trarão novas dúvidas. Mas o que se sabe é que é necessária uma análise muito mais aprofundada para que se possam compreender as fronteiras existentes na corporeidade destes indivíduos, e que esta hipercomplexidade do ser humano nos permite visualizar a hibridação sob diferentes aspectos, tornando o assunto muito mais amplo e interessante do que se possa imaginar. Notas 1 - ROBINS, K. Tradition and translation: national culture in its global context. In: Córner, J. and Harvey, S. (Orgs), Enterpriseand Heritage: Crossurrentes of National Culture, Londres: Routledge, 1991. 2 - DAVID, Dena. Lê Corps éclectique. In: Lês vendedis du Corps. Montreal: Jeux, 1993. Bibliografias SIQUEIRA, Denise da Costa Oliveira. “Corpo, Comunicação e Cultura: A dança contemporânea em cena”. – Campinas, SP: Autores Associados, 2006. HALL, Stuart. “A Identidade Cultural na Pós-Modernidade” (Tradução: Tomaz Tadeu da Silva e Guaciara Lopes Louro) – 5 ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 2001. LOUPPE, Laurence. “Corpos Híbridos”. In: SOTER, S. e PEREIRA, R. (Orgs.). Lições de Dança 2. Rio de Janeiro, UniverCidade Editora, 2000. LIMA, Dani. “Corpos Humanos Não Identificados: Hibridismo Cultural”. - Corpo na Dança. In: SOTER, S. e PEREIRA, R. (Orgs.). Lições de Dança 2. Rio de Janeiro, UniverCidade Editora, 2000. KATZ, Helena e GREINER, Christine. “A Natureza Cultural do Corpo”. In: SOTER, S. e PEREIRA, R. (Orgs). Lições de dança 3. Rio de Janeiro, UniverCidade Editora, 2003.
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O Processo C3 surgiu da união de três jovens* pesquisadores para produzir um trabalho coreográfico de linguagem contemporânea – “Campanha de prevenção ao câncer de próstata” - para o Cri-Ação Dança (evento realizado pelos estudantes da Graduação em Dança da Universidade Luterana do Brasil, ULBRA-Canoas/RS).Também ligados por “bolsas” oferecidas pelo CEC Terpsí da Cia Terpsí Teatro de Dança de Porto Alegre, onde participavam de oficinas de Ballet Clássico, Alongamento, Dança Contemporânea e Processo Criativo, os três estudantes resolveram “legitimar” a união e formar o presente grupo de pesquisa com a intenção de dividir suas buscas e dúvidas.Dessa forma surgiu o grupo de pesquisa Processo C3, que apresenta os processos pelos quais os participantes/fundadores têm passado, na buscas por compreender os processos que constroem o CORPO em diferentes CULTURAS relacionando sempre com a CONTEMPORANEIDADE.*Anderson de Souza, Francine Pressi e Wagner FerrazWagner Ferraz
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Este ensaio faz parte de uma pesquisa em processo.A construção do corpoWagner Ferraz"Constatamos, hoje, que o homem não se compreende como um corpo, mas sim como um possuidor de corpo, herança bem documentada desde Platão, confirmada pelos medievais e modernos e assumida com todas as suas conseqüências pela cientificidade e tecnologia contemporâneas. SANTIN (2003:68)".Partindo de um ponto de vista antropológico, tudo é construído socialmente, inclusive o corpo. As culturas envolvem, recebem, transformam, moldam e modificam os indivíduos com base em valores vigentes que determinam o certo e o errado em cada meio onde se vive ou transita.O corpo é o meio onde habita pelo qual é possível vivenciar essas culturas. É no corpo e através do corpo que se dá as trocas com o meio e com outros indivíduos, sendo o corpo construído em todos os instantes através das representações e através do “outro”. Esse outro precisa existir para que possa ser visto e o sujeito possa se perceber, observando as semelhanças e diferenças.Certos valores ainda podem ser observados associados somente ao corpo físico (de modo geral tronco, membros, órgãos e tudo o que o compõe) e outros valores são atribuídos a mente, alma e possibilidades de algo superior a essa matéria física chamada de corpo.Outras contribuições como às apresentadas por HALL (2001), lembram que esse corpo está além de um conjunto de órgãos e que o filósofo francês René Descartes (1596-1650) apresentou uma divisão onde o corpo “era” visto como duas substâncias distintas – a substância espacial (matéria) e a substância pensante (mente). Assim nasceu o grande dualismo entre a mente e a matéria que tem afligido a filosofia desde então. Descartes colocou o sujeito individual no centro da mente, constituído por sua grande capacidade para o raciocínio e o pensamento. O filósofo registrou na história a familiar (para algumas pessoas) frase, “cogito, ergo sum” – penso, logo existo - que faz referência ao sujeito cartesiano, o sujeito racional, pensante, consciente situado no centro do conhecimento.Automaticamente o que não estava ou o que não está associado à mente ficou em segundo plano podendo ser reconhecido como impuro, inferior, sem valores reconhecidos como importantes. Dessa forma, o que é associado à mente acabou sendo visto como algo da alma, algo elevado, algo ligado a energias ditas por muitos como divinas. E o que ficou associado ao corpo, matéria, físico está diretamente ligado ao pecado, aos prazeres da carne, ao impuro.Aprendemos que pensar é algo que diz respeito à mente, e dançar, correr, praticar algum esporte faz parte do corpo que está separado dessa mente, faz parte dos “braços, pernas e tronco”. Porém, o que não se leva muito em consideração no senso comum, é o fato de que para esse corpo correr é necessário um comando do cérebro (mente), e para o cérebro materializar suas intenções são necessários “braços e pernas”. SANTAELLA (2004:15) completa dizendo que “... se não há corpo, onde estaria o suporte de sustentação do sujeito?”. Vivenciar o corpo, sentir o corpo é o que auxilia a perceber que o corpo não é de ninguém, e sim que o corpo é alguém, o corpo é o próprio sujeito."O principio do uso do corpo deve ser substituído pela idéia de ser corpo, isto é, de viver o corpo, de sentir-se corpo. Não sou um eu ou uma consciência os proprietários de um corpo, do qual se servem e fazem o uso que bem entendem, como qualquer utensílio. SANTIN (2003:66)".O corpo é único e não divisível, assim como sua relação com o mundo. MERLEAU-PONTY citado por SANTIN (1994) diz que o homem e o mundo são uma única realidade e não dois elementos. O eu e o mundo formam uma totalidade, o “eu” é o mundo e o mundo é o “eu”.O corpo e suas técnicas de construçãoAs noções de corpo mesmo carregadas de informações que caracterizam o homem com um ser divisível, automaticamente sofrem interferências sociais de acordo com cada sistema de cultura, que se encarrega de forma “natural” de “alterar” os corpos e suas representações dando continuidade à construção da corporeidade de cada um. Todas essas informações e visões sobre o corpo possuem uma grande influência sobre o mesmo.Assim nos identificamos, naturalizamos o que nos interessa, alteramos nossos padrões de comportamento e tudo se torna percebível ao mundo através do corpo. De acordo com GREINER e KATZ (2003) o corpo contamina e é contaminado, o corpo altera o meio e o meio altera o corpo. Dessa forma, o corpo constrói o mundo com suas técnicas e o mundo constrói o corpo, é uma troca incessante de informações, um dentro e um fora indivisível.Assim nos identificamos, naturalizamos o que nos interessa, alteramos nossos padrões de comportamento e tudo se torna percebível ao mundo através do corpo. De acordo com GREINER e KATZ (2003) o corpo contamina e é contaminado, o corpo altera o meio e o meio altera o corpo. Dessa forma, o corpo constrói o mundo com suas técnicas e o mundo constrói o corpo, é uma troca incessante de informações, um dentro e um fora indivisível.Nas palavras deMAUSS (1974) o sujeito se constrói socialmente através de técnicas corporais, ninguém nasce sabendo andar, comer com garfo e faca assim também como não se nasce dançando. Nada é natural, tudo é naturalizado, todo aprendi-zado se dá através das técnicas corporais, e segundo o autor toda técnica tem sua forma, e é através do corpo que essas técnicas se tornam existentes. Também acrescenta que as técnicas corporais são as maneiras como os individuos, de todas as sociedades e de forma tradicional, sabem servir-se de seus corpos. Para o autor o corpo é construído para se tornar sociável de acordo com a cultura em que se insere, sendo que, os costumes variam de cultura para cultura. Todo e qualquer corpo terá uma formação de idéias, comportamentos, atitudes, costumes e valores com base em suas experiências de vida e modelos formatados que estejam “contribuindo” automaticamente para esta determinada construção.E assim o corpo é construído, artificializado com as buscas e acontecimentos de cada um. O corpo é construído por academias de ginástica e musculação, cirurgias estéticas, implantes de silicone, tatuagens, piercings, caminhadas, corridas, conversas, estudos, roupas, respiração, alimentação, arte e infinitas experiências, vivências, exemplos e imposições, por tudo que faça parte da vida de um indivíduo, esteja esse indivíduo presente ou apenas ouça falar em um determinado assunto ou veja certa imagem. O corpo (corpo/mente/indivíduo) constrói o mundo que o constrói, pois como já citado, tudo no mundo surge através do corpo ou passa pelo mesmo.Referências:GREINER, Christine e KATZ, Helena. A natureza cultural do corpo. In: SOTER, Silva e PEREIRA, Roberto (org.). Lições de Dança 3. Rio de Janeiro: Universidade, 2003.HALL, Stuart. A identidade Cultural na pós-modernidade. 5. ed. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2001.MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. Volume II. Trad. Lamberto Puccinelli. São Paulo: EPU, 1974.SANTAELLA, Lucia. Corpo e comunicação, sintoma da cultura. São Paulo: Paulus, 2004.SANTIN, Silvino. O corpo e a ética. In: DANTAS, Estélio H. M. O corpo e o movimento. Rio de Janeiro: Shapa, 1994.SANTIN, Silvino. Educação Física – Uma abordagem filosófica da corporeidade. 2. ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003.
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Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece! Espero então que essa primeira edição do Informativo F de S – ferrazdesouza.com seja inesquecível, tanto por ser um meio onde estamos legitimando o grupo de pesquisa Processo C3, como por iniciarmos um momento onde pretendemos compartilhar um pouco de nossas dúvidas e descobertas. O assunto “a artificialização do corpo” surgiu por entendermos que seria a melhor forma de iniciarmos este trabalho, falando do corpo e sua construção através da cultura ou das culturas. Pois nas próximas edições (temos a intenção de apresentarmos esse informativo mensalmente) continuaremos abordando assuntos relacionados ao corpo e cultura. Não temos certeza e nem temos a intenção de saber se iniciamos pelo caminho “certo”, tudo se trata de processos que servirão para pensarmos, repensarmos e produzir seja o que for. As ligações, os e-mails, os recados no Orkut, os diálogos pelo MSN e o encontro na praça de alimentação do Canoas Shopping, serviram para percebermos que a falta de um local especifico para discutirmos os assuntos que nos afligem, gerou um espaço simbólico “nômade”. Esse espaço se torna existente onde quer que possamos estar e buscamos uma forma de nos comunicar entre nós. A edição ano 01 - número 01 apresenta uma rápida e importante entrevista com a Antropóloga Mirian Goldenberg, um ensaio fotográfico com Simone Schuster e o início da entrevista com T. Angel e o Frrrk Guys. Além de ensaios sobre nossas pesquisas, indicações de cursos, sites, vídeos, eventos e livros. Também apresenta o “Banco de Dados Terpsí” e a primeira edição do “Arquivo Temporário”. Anderson e Fran agradeço pela paciência e pelo apoio. Parabéns pelos processos! Um abraço! Wagner Ferraz
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O Informativo FdeS parte do ponto de vista de que as produções e processos de pesquisas que se preocupam em levantar questionamentos, induzindo a reflexões sobre o corpo e as culturas como contexto onde esse corpo se constrói, num momento histórico reconhecido por muitos como contemporaneidade, devem ser divididas com interessados nos respectivos assuntos. Com essa preocupação o grupo de pesquisa Processo C3 tem o interesse em dividir suas pesquisas e processos com demais interessados, buscando possibilitar uma provável troca de informações com futuros leitores que serão convidados a se manifestar contribuindo com os assuntos apresentados através de sugestões ou indicações enviadas por email. Através de um projeto gráfico divulgado por email, o Informativo FdeS tem o intuito de atingir um número maior de interessados que por vários motivos acabam não podendo ler o material disponibilizado pelo presente grupo de pesquisa no site http://www.ferrazdesouza.com. Dessa forma os arquivos do FdeS serão enviados por email e estarão disponíveis para download no site citado anteriormente, possibilitando que os conteúdos disponibilizados a cada mês possam ser lidos sem necessitar estar conectado a rede de internet durante a leitura, além de permitir que esses arquivos sejam guardados ou impressos. www.ferrazdesouza.comLeer más…
Publicado por VALERIA PINHEIRO el 1 de Marzo de 2009 a las 12:20pm
ASSIM É, SE LHE PARECE....FICHA TÉCNICA:Direção e coreografia: Valéria PinheiroInterprete criador: JP LimaMusica Original: Luciana CostaIluminação: Walter FaçanhaProgramação visual e fotos: Jan GaunaFigurinos e cenário: Valéria PinheiroConfecção da sandália: Lima FilhoAssessoria de imprensa: Cia. VatáConfecção dos adereços do cenário: Francisca OliveiraRealização: Cia. VatáRelease:“O desequilíbrio nos movimentos desenha os traços da minha dança e o meu palco são todas as pessoas que me olham em qualquer lugar. Danço para eles quando tomo minhas muletas e ando, quando entro na piscina e nado, quando vou à festa e danço. Ali eu me exponho todo. Só eu não o vejo. Enxergo-me quando estou sozinho, no espelho do meu pensamento e memória, e me exponho no choro inevitável pelos olhares que suporto o dia inteiro e me “miopiam” de mim. Assim é e assim seja.”JP LimaA pesquisaComo transformar esse turmilhão de sensações em nossa dança? Como ampliar o olhar, que agora perpassava sensações e habitava o nosso território em movimento? Ou terá sido o movimento quem trouxe já de pronto as sensações? Seguíamos experimentando e sentindo... As resistências que monopolizavam nosso território foram cedendo espaço a um entendimento melhor do que se propunha toda a experimentação exacerbada que vivíamos a cada semana.O nosso olhar parecia não mais “míope”, começamos de fato a enxergar... Fizemos parcerias: um corpo feminino, depois um masculino pra ampliar a dança que nascia ali; uma visita a Fernando Pessoa, outra a Manoel de Barros; e até arriscamos tomar um chá com Clarisse Lispector. Estavam feitas as parcerias. Mesmo assim, não achávamos que estava ainda instaurada a dança que queríamos dançar.Por fim, trouxemos a memória, consultamos o tempo, aproximamo-nos da Terra. Aí foi só brincar! Espirais desenhando o espaço, o corpo a experimentar o chão como que se pudesse dali, traçar desenhos que sublinhassem cicatrizes acalmando as marcas, transformando. E tudo isso pudesse ser regado com respeito através das diferenças..“Todo o processo de Assim é se lhe parece foi completamente experimental. Eu, com pouca experiência de dança contemporânea e Valeria diante de um corpo- desafio que lhe trazia inúmeras possibilidades, até o momento, desconhecidas.A oportunidade estava então diante de ambos, bastava somente uma ousadia e sede de reconhecer no corpo ou no não- corpo o labirinto de movimentos resguardos ali.Em junho de 2007 começam os ensaios, neste momento menos ensaio, do ponto de vista técnico, e mais experimentação. Como se comporta esse corpo, quem é o JP quem é Valeria Pinheiro, etc., perguntas que se multiplicavam, as quais o corpo ia tomando para si e dizendo em movimento.Paulatinamente as afinidades, os cafés tomados juntos, as músicas compartilhadas, os poemas recitados, foram se somando ao que um queria do outro. As emoções angustiantes, as declarações e as falas foram acumulando junto à memória algumas sensações conflitantes que nos foram amadurecendo e levando ao que se fez o espetáculo.O que é o corpo se não o lado de fora de uma pessoa que existe no lado de dentro? Então, as perdas todas, ou pelo menos a memória das perdas me tiraram os motivos e a partituras de cada pedaço coreográfico. Cada espaço ocupado no cenário, cada tira de pano amarrada no corpo, cada cor, branca ou preta, visualizada pelo público, tudo foi por causalidade colocada em cena. O corpo inteiro está lá, por mais que seja visto na sua formal finitude física. A música comporta a nostalgia, a perda, a memória, a superação e tudo mais que do que o corpo sustenta e resolve contar. E assim o público verá que as coisas não são o que obviamente parece ser, mas o que cada um observa e interpreta pelo seu próprio olho- corpo.” JP LimaRedesenhamos nossa dança! Então, vamos dançar!Valéria PinheiroO processoA cada passo dançado, desde o linóleo da primeira sala de aula de balé clássico, passando pelas primeiras experiências de palco, a dança constrói em mim um corpo e uma alma sólidos. Sem saber definir ainda muito bem o que era todo o processo de descoberta da dança em meu corpo, eu descobri a cada experimentação, uma possibilidade, uma ilimitação do meu corpo no momento quando ele decide dizer.Acredito que todo início de pesquisa dentro da arte é carregado de instabilidades e sensações que nos vão enchendo de interrogações e buscas, que no mais das vezes nos instaura em uma atmosfera de angústia e realização.Para mim como bailarino, o processo Assim é, se lhe parece, traz interrogações a mim mesmo: o quer dizer o meu corpo? Que sensações eu posso arrancar das pessoas ao verem meu corpo falando-dançando? O que o público sentirá ao perceber um vácuo físico, preenchido pelo não-movimento, o não-espaço, o não-objeto?Alguma das verdades que descobri é que meu corpo quer falar, e ele falará de modo tão particular que cada ser humano que o presenciar e sentir perceberá como ele é, assim como lhe parecer, ainda que oscile em diferentes estados de espíritos nos quais possam esse indivíduos se encontrarem.Nada, além da literatura, especificamente dos poemas, me despertava uma catarse tremendamente forte e purgadora. Foi então que a dança dita no meu corpo tomou a força da palavra e, ainda que não verbalizada repercutirá de alguma maneira em um espaço e em um tempo.JP LimaA músicaMusicar os movimentos do corpo e da alma de um velho conhecido que descobriu na dança uma forma de externar suas falas, suas faltas, seus excessos. Aguçar o ouvido e a sensibilidade e perceber se ele quer que eu fale que eu cante que eu toque ou pare. Entender o tempo dele, sincronizar. É assim que me parece esse processo, o qual se deteve por meses na descoberta de um corpo e poucos dias para um encaixe musical.Luciana CostaOlhar jornalístico:Existem dois discursos fáceis para a dança de JP. Um é o da pena. O outro, da superação. O que o público vai ver não está de um lado nem do outro. JP é protagonista de si e, portanto, não se permite atuar como coadjuvante na sua própria dança. Ele está ali para cavar espaços, descobrir "entres" e formas diversas de ocupá-lo. Para isso, instiga e explora o seu corpo. Busca nele o que grita para ser evidenciado mesmo ao custo de choro, sangue, suor e dor. Há muito ele já precisava dançar. Só não sabia quando, nem onde, nem quando isso aconteceria. Chegou a hora.Ao aceitar o palco neste momento solo, o bailarino-intérprete-criador lança uma série de perguntas possivelmente ocultas, até então, aos interlocutores de cada noite. O que esse corpo pode alcançar? Que caminhos ele quer perseguir? Quais são as suas verdadeiras limitações? Ou, talvez mais importante, quais as nossas próprias limitações? Os movimentos de JP evidenciam o que gostaríamos de esconder e o que fingimos não ver em nós mesmos. Por isso, desconcertam e incomodam. Os papéis se misturam e, mais uma vez, a questão do espaço volta ao ar. Qual o meu lugar e qual o seu? De onde olhamos um para o outro?JP responde às perguntas com o próprio corpo, seu laboratório pessoal de reflexões e inquietações. É esse pensar-se constante que faz com que, mesmo em meio a um vira e mexe emocional, JP encontre estabilidade num mundo instável e alcance virtuosidade até no movimento mais sutil. Se hoje ele joga perguntas, é porque enfrentá-las significou muito para si. Já era hora de compartilhar isso com mais de um alguém.Amanda QueirosAgradecimentos:Elane Fonseca, Rafael Abreu, Cia. Vatá, Isabelle Ginot, Alexandre Harvt. Amanda Queiros, Tathiane Paiva, Maria Helena Cardoso, Marúcia Nery Benevides, Francisca Oliveira (mãe do JP), LaShonda Williams, Jan Gauna e todos os colegas da Universidade Federal do México que vêm de forma assídua contribuindo pra realização desse trabalho.Serviço:Centro Cultural do Banco do Nordeste dia 23 de março as 14h IInormações: (85) 3219-4939/88485649A Cia Vatá (Companhia de Brincantes Valéria Pinheiro) é beneficiada pelo edital das Artes da Secultfor de manutenção de grupos de 2007/2008 e é residente do Café Teatro das Marias desde 2007.
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Publicado por VALERIA PINHEIRO el 1 de Marzo de 2009 a las 12:10pm
“Possui verdadeira música em si só aquele que compõe uma sinfonia afinando a harmonia do corpo com aquela da alma”Platão, Timeo, IX, 591 d.Apresentamos "Caçadores de Pipa”, espetáculo que mergulha na história do samba e faz pontes com as manifestações e ritmos da tradição nordestina que parecem compor a história e trajetória do samba, cujo nascedouro está na África negra. Ritmos como: como o Côco, o Batuque, o Samba de Crioula, Samba de Roda e tantos outros serão nossas trilhas de investigação até chegarmos ao samba de raiz.O desejo primordial foi de desenvolver uma pesquisa de linguagem estética que colocasse o corpo e todas as suas atribuições em questão, não só do que se constitui, mas que significações são dadas a ele e como ele produz e sofre modificações de seu produto: a cultura.Desse mote tiramos à cultura do corpo brasileiro, o corpo que se mexe no Rio de Janeiro, no sertão do Pernambuco, nas ladeiras da Baixa do Sapateiro em Salvador, nas terras quentes do sertão do Ceará, no Recôncavo Baiano.... Que influências os ritmos que originaram o samba imprimiram nesses corpos?"O Corpo no Ritual", esse tem sido nosso foco de pesquisa nos últimos anos. Nesse universo vasto, tomamos como recorte o corpo no ritual do Candomblé, Santeria e Xâmanismo, que originaram o nosso segundo espetáculo da trilogia: “Bagaceira, a dança dos Orixás", e mais recentemente apresentamos o terceiro espetáculo dessa trilogia: “Bagaceira, a dança dos Ancestrais”, que retratou nosso mergulho dentro do universo dos índios Kariris.Em “Caçadores de Pipa” abordamos o corpo no ritual dos ritmos angolanos, que chegaram ao Brasil com os negros africanos no começo de nossa história, aqui encontraram o povo nativo, entre eles os índios Kariris e mais tarde, com influências européias, dessa fusão parece ter nascido o ritmo que define o Brasil no mundo: o Samba _ Semba!Aqui abordarmos a relação entre a influência da modernidade na construção dos instrumentos que ao serem fabricados e transformados a partir dos originais, também trouxeram transformações ao samba de raiz, embora saibamos ainda existir uma carga de tradição presente nesse universo. Recortamos as influências dessas matrizes corporais que compõem esses homens “senhores do samba”, “os malandros”, “as cadeiras sensuais ladeira acima ou abaixo”, e experimentamos em nossos corpos urbanos, corpos estes, mergulhados nas informações que a contemporaneidade e a velocidade cotidiana das informações lhes imprimem.Foi mote que mergulhamos. E de forma poética e romântica, abordarmos esse corpo na sua mais pura forma de movimentação, com a sua relação mais próxima do “humano”, aqui traçaremos pontes com as ferramentas e técnicas que já vêm sendo abordadas pela Cia. Vatá nesses últimos anos: o sapateado e as matrizes de corpos das danças tradicionais brasileiras, em especial a nordestina.“Caçadores de Pipa” é um musical onde o corpo assume vários devires, tendo como principal objetivo, grafar o espaço no tempo atual com referências à nossa ancestralidade, fazendo disso uma cartografia de identidades que nos auxilia conhecer cada vez mais o território ao qual pertencemos e nos dá subsídios pra entendermos melhor o universo que protagonizamos.O processo desse espetáculo foi muito rico para a Cia. Vatá. Iniciamos nossa pesquisa em Salvador berço de entrada do “semba”, e seguimos a trilha percorrida nessa diáspora do negro africano no Brasil.A decodificação e entendimento dos signos experimentados por nós, quando da vivência in loco, nos levaram a criar uma técnica e desenvolver um corpo ágil e preciso, pronto pra assumir de forma híbrida, devires múltiplos: voz, movimento, interpretação, e ritmo. Afinal o “corpo” que entendemos ser originário e mais próximo dessa influência do samba, são os corpos sensuais, ágeis e multifacetados dos brasileiros_ Nossos corpos!E viva a força do samba no Brasil!Valéria Pinheiro
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