contemporânea (13)
o PROJETO DOMÍNIO PÚBLICO realizou durante o ano de 2012 10 videos-arte com diferentes colaboradores e suas ações performáticas, confira:
ODE AO ÓCIO, ZONAS ERÓGENAS, BANQUETE PARA LOS PERROS, CABEÇA PARA ABELHAS, SINFONIA PARA OS POMBOS, LIVRE INICIATIVA, MATA REDONDA, D DE DESEJO, ADOTE-ME, IN RISCO
caderno virtual dos registros da pesquisa
Dois mil e onze chega, Janeiro começa. Espero o dia de reis para dar ‘início’, ou na verdade, para oficializar o começo da Pesquisa Poética Acerca do Sapateado: o Entre a Técnica e a Tecnologia.
Que relações existem e (co) habitam o Entre a qual me refiro nessa pesquisa?
Dois lugares permeiam meu pensar. A existência de um entre onde poderia / posso procurar, agora, através da constituição de uma fisicalidade onde mergulho na busca, consciente, de um corpo do sapateador que traz consigo uma presença de tensões e atenções. E pergunto? Como deixar essa fisicalidade que é tão presente quando a atenção do corpo está voltada para ela, como deixar à mostra e com isso, estar dando a ver? A aproximação dos sensores com a parte tecnológica na programação de informática no uso de Isadora é a proposta que transitarei, também, nessa pesquisa. O outro lugar habita na observação e no mergulho do corpo do brincante. Observar aquele corpo e ficar atenta à descoberta de um corpo presente, ou seja, a existência de um corpo presente na sua totalidade (?).
Seis de janeiro e em Fortaleza acontece na reitoria da Universidade Federal um encontro de reisados. Antes que qualquer motivação passional acerca dessa manifestação sente a necessidade de relatar o choque que tive com a invasão / interferência de fotógrafos ‘profissionais’ e da imensidão de câmeras digitais e filmadoras do / no público. Preciso confessar que tinha levado a câmera filmadora para captar imagens dos brincantes como material de pesquisa de campo, no entanto estive no conflito da dualidade: assistir (participando) e registrar e diante da realidade que encontrei no que deveria ser um encontro de celebração fiquei ‘zangada’ com o não respeito que acontecia naquela invasão do terreiro do brincante. O Mateus agora está com um corpo outro, um corpo onde a interação com público e com a brincadeira não é mais prioridade, ou não são as únicas prioridades, o Mateus se preocupa em pousar para o registro, para aquilo que ficará para a posteridade. Não, quero aqui, condenar e apontar as tecnologias, como vilões, não seria a pessoa ‘correta’ para fazer isso, mas penso sobre como seria a melhor forma de coexistência desses novos corpos. Fica, aqui, a questão, pauta para a elaboração de um próximo texto.
Voltando para o corpo do brincante e sobre o lugar que me interessa como pesquisa corpórea. Observo os corpos como pessoa que dança e que dança com um passado / presente que revisita de quando em vez, as danças da tradição, e justamente por isso, focalizo o corpo desse estudo no alcance desse corpo onde o ritmo existe e que difere do corpo ritmo do sapateador, o brincante traz consigo a potência dessa palavra, ou seja, ele brinca com o corpo através e para além do ritmo que permeia aquele terreiro. Desconfio que a diferença esteja aqui: o sapateador executa, estabelece e obedece um ritmo quando o brincante dialoga com o ritmo e pensa para além dele. Pergunto: como aproximar esses corpos de forma que essa fisicalidade que pretendo construir seja consistente?
Sábado e Domingo Marcela Levi encheu o imaginário do público com as cenas instigantes do espetáculo In-organic, uma experiência fora da ordem das palavras, mas no terreno da afetação do sensível, coisas que ainda não se acomodou numa lógica sintática. Essas cenas ficam tentado se ajustarem nos mapas habituais sem sucesso.
No segundo dia do projeto Autonomia e Complexidade Thereza Rocha fez um panorama da dança contemporânea no Rio de Janeiro observando que no início dos anos 90 iniciou uma cena importante na cidade. Entre outras coisas ela ressaltou que naquele momento os artistas tinham o hábito de se encontrarem e freqüentar as estréias uns dos outros, mas que hoje a situação já não é mais a mesma.
primeira vez em 2009, surge do impulso da diretoria de dança da Fundação
Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), para proporcionar ao meio da Dança baiano
um evento que propiciasse visibilidade e acesso para a dança contemporânea
produzida no estado. Este impulso encontrou grande reverberação na classe
artística, massivamente convocada a participar.
A PID pretende ser mais do que uma vitrine de artistas, buscandotornar-se um celeiro de trocas artísticas e metodológicas, um espaço de
oportunidades de intercâmbios e produção de conhecimentos acerca do que
representa todo o labor da dança, além da importante missão de fomentar um
ambiente de conexão entre artistas da dança contemporânea baiana e o mundo.
A I Plataforma Internacional de Dança da Bahia, realizadaentre os dias 15 e 21 de setembro, em
Salvador, teve ênfase em “conexão latino-americanas”, em virtude da falta de diálogo com
importantes vizinhos da América Latina. Sua programação foi concomitante e complementar ao 8º Encontro
Anual da Red Sudamericana de Danza (RSD), agregando a
este encontro excelentes oportunidades de troca criativa.
Oprojeto reuniu profissionais da dança de países sul americanos, promovendo
capacitação, circulação e cooperação através de mesas redondas, oficinas e
debates, além de dez espetáculos da Bahia e da América Latina. As oportunidades
de intercâmbios e produção de conhecimentos acerca da Dança foram criadas com
uma série de atividades promovidas: realização de espetáculos, residência
artística, workshop, espaço de intercâmbio criativo e catálogo digital dos
grupos locais.
Foram realizados 06 dias de evento, comaproximadamente 70 participantes, vindos de 06 cidades do Brasil (Curitiba, Uberlândia,
Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus e Salvador) e de 16 países (Argentina, Chile,
Colômbia, Bolívia, Venezuela, Equador, Reino Unido, Uruguai, Paraguai, Peru,
Estados Unidos, Porto Rico, México, Cuba, Itália e Brasil). O evento contou com
07 parceiras institucionais (SEBRAE, Bahiatursa, UFBA, Secult, Proceda, SESC
Ipiranga, Idança) e 16 colaboradores de 7 países parceiros (Ministerio
del Poder Popular para la Cultura / IAEM – Venezuela, Diretoria de Dança da
Funceb, Dirección Nacional de Cultura / MEC - Uruguay, Centro Cultural de
España - Paraguay, Ilustre Municipio de Esmeraldas - Ecuador, Universidade
Federal de Bahia – Escola de Dança, Universidad Nacional Experimental de las
Artes – UNEARTE - Venezuela, Universidad de Puerto Rico, Programa de Estudios
de La Mujer y Género, Facultad de Artes de la Universidad Distrital – ASAB -
Colombia, Instituto Universitario Nacional de Arte - Argentina, Universidad de
Puerto Rico, FIPI, Itaú Cultural, Idanca.net, SESC Ipiranga, Proceda, Dimenti).
A Bahia conquistou a credibilidadedestes parceiros e alcançou visibilidade através da dança.
Aproximadamente 750 pessoas assistiram aos espetáculos eperformances da PID, espalhados nos 4 espaços de apresentações artísticas (Foyer
da UFBA, Sala do Coro, Sala Principal do TCA, Cabaré Vila Velha) e 10 espaços
de trabalho (Foyer da UFBA, Sala 6/7, Teatro do movimento, Auditório SEBRAE, Sala
da pós, Espaço administração, Sala do Coro, Sala Principal do TCA, Cabaré Vila
Velha, Cantina, ruas de salvador).
Foram realizadas 10 apresentações artísticas; 01mini-residência sobre dança e antropologia, através de investigação em campo
nas ruas da cidade (projeto “Oráculo-Urbano”), 01 oficina de contato
improvisação, 02 capacitações sobre novas tecnologias e formas de trabalho em
rede com professores internacionais, 02 mesas de trabalho sobre Educação em
dança na América Latina e Epistemologia do Sul; o lançamento de 01 livro; além de espaços de convívio, troca, debates, exposição, avaliação e projeção.
Duas destas iniciativas foram inéditase merecem destaque no contexto de iniciativas locais: a criação de um catálogo virtual, que agrega, valoriza e dá
visibilidade para grupos e artistas baianos, lançado com grande comemoração
durante o evento e a realização do Seminário Economia da Dança – Edição Bahia,
apoiado pelo SEBRAE.
Valedestacar que a PID contou com a total colaboração e cumplicidade dos artistas e
profissionais envolvidos, que torcem pelo projeto e por sua continuidade.
A PID
2010 já está a pleno vapor! Estabeleceu-se uma comissão de curadoria que
trabalha na elaboração de um método de seleção de trabalhos, baseado em Fluxos
Colaborativos, tema deste ano. E outros nomes se chegaram a nossa equipe e
trabalham para sua realização neste ano.
Nossaconvocatória será aberta dia 07 de março e aceitaremos trabalhos até dia 31 de
maio deste ano.
Acompanhemnossas novidades no site da plataforma: www.pidbahia.com.br
ou esclareçam suas dúvidas pelos emails contato@pidbahia.com.br
ou pidbahia@gmail.com.
Abs,
Equipe PID–BA / 2010