dança (83)

A dança e a alma

A dança? Não é movimentosúbito gesto musicalÉ concentração,num momento,da humana graça naturalNo solo não,no éter pairamos,nele amaríamos ficar.A dança-não vento nos ramosseiva,força,perene estarum estar entre céu e chão,novo domínio conquistado,onde busque nossa paixãolibertar-se por todo lado...Onde a alma possa descreversuas mais divinas parábolassem fugir a forma do serpor sobre o mistério das fábulasCarlos Drummond de Andrade
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Oficinas na Casa de Pedra

A convite de Esther Weitzman, produzirei duas oficinas para o seu Studio Casa de Pedra, juntamente com duas amigas do coLABoratório (Festival Panorama de Dança). As amigas são Awilda Polanco e Didine Ángel, ambas artistas provenientes da América Central (República Dominicana e El Salvador, respectivamente). As oficinas, de técnica e criação em dança contemporânea, acontecerão ainda este mês. Para mais detalhes, clique aqui.
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taobonitodetaofeio, em Belém do Pará (Amazônia em Movimento!)

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A Companhia de Investigação Cênica volta ao Teatro Cuíra nos dias 17 e 18 de outubro com o espetáculo “taobonitodetaofeio” e convida o público para um dançante diagnóstico das torturas estéticas da atualidade. Partindo do namoro entre dança contemporânea e teatro, “taobonitodetaofeio” busca possibilidades de expressão para corpos que se reconstroem na cena pós-moderna.O objetivo do espetáculo não é definir o feio e o bonito, mas despertar para a reflexão o cidadão sujeito a uma série de ditames estéticos que impregnam sua história de vida e valores, o que vai desde os funestos apelidos dados por amigos da escola e as recomendações como o uso de casca de melancia para alisar cabelos crespos até os comerciais que valorizam as modelos magrelas das passarelas e que nos dizem que marcas da moda devemos usar para sermos felizes.Integram o elenco de “taobonitodetaofeio” Alessandra Nogueira, France Moura, Marluce Oliveira, Natalia Simão, Ícaro Gaya e Danilo Bracchi, que é responsável pela direção e coreografia. A trilha sonora original é composta pelo músico Leonardo Venturieri, que assina a direção musical.A montagem contou com a consultoria dramatúrgica de Wlad Lima, concepção de figurino e adereço de Aníbal Pacha, design de máscaras de Maurício Franco e cenografia, arte gráfica e animação (Second Life) de Nando Lima, grandes nomes do teatro paraense que foram definitivos na formação do diretor do grupo, Danilo Bracchi.A cada apresentação, um artista da terra é convidado a cantar em uma das cenas. Neste sábado, Andréa Cavalcante canta em “taobonitodetaofeio”. No domingo, quem participa é Adriana Cavalcante. Entre os cantores confirmados estão ainda Jussara Abé, Allan Carvalho e Ester Sá.A primeira temporada de “taobonitodetaofeio” acontece nos dias 3, 4, 17, 18, 24, 25 e 31 de outubro e no dia 1º de novembro. No dia 21 de outubro, será realizada uma apresentação dentro do projeto Aldeia SESC Círio 2009. “taonobitodetaofeio” é dedicado ao bailarino, ator, diretor e coreógrafo Ronald Bergman, gigante da Dança na Amazônia.SERVIÇODias: 3 (pré-estréia para convidados), 4, 17, 18, 21, 24, 25 e 31 de outubro e 1º de novembroLocal e horário: Teatro Cuíra (Riachuelo, esquina com 1º de Março), sempre às 20hIngresso: R$20 (R$10 a meia)Contato: (91) 8212-9182
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Outras Danças

De 11 a 14 de novembro de 2009 foi realizado o projeto Outras Danças. Patrocinado pela FUNARTE o evento congregou artistas e pesquisadores do Brasil e da França para realização de palestras e espetáculos. No desenrolar da programação travou-se o que poderíamos chamar de um verdadeiro embate salutar entre culturas. O resultado em minha avaliação foi bem positivo.

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Espetáculo de dança.

As Palavras e As Coisas Tendo como título o homônimo de uma das principais obras do filosofo francês Michael Foucault o espetáculo explora a proximidade e ou distância existente entre as coisas e os nomes que elas têm, enfocando precisamente a pessoa, a dança e a cidade, contrastando as imagens advindas destes universos e o que se diz deles. O corpo brinca com sua identidade e sua aparência, os movimentos de dança possuem nomes ininteligíveis e as narrativas sobre a cidade são múltiplas e divergentes. o objetivo do espetáculo é abri espaço no sensível para um embate entre o estético e o político. Concepção e direção: Paulo Paixão Interpretes criadores: Ana Cleide Oliveira (dança do ventre) Barbara Corrêa (leitora de jornal) Cassandra Ferreira (sapateado) Cleyton Cardoso (ludo) Daliete Moraes (tango- participação especial Tiago Pinheiro) Danilo Guedes (calypso) Dione Raiol (braço pra cima braço pra baixo) Drielly Machado Eduardo Braga (hip hop) Gilmara Menezes (depoimento pessoal e vídeo) Halana Costa (lundu) Helivania Ferreira (depoimento pessoal) Helizana Fabíola (calipso) Larissa Cardoso (asererê) Maiara Lima (depoimento pessoal) Manoel Cleyton (tchutchuca) Tatiane Costa (sapateado) Nilcelene de Oliveira (Dom Quixote) Pâmella Mendes (Metade de Mim - Oswaldo Monte Negro) Paula Santos Leonardo Alves Suane Oliveira (ginástica rítmica). Cenografia: Karla Rabelo. Concepção de figurino: Telma Lima. Assistentes de Cenografia: Emanuelle Rabelo, Inara Santos, Joebson Magalhães, Simone Jares. Coordenação de cenografia: Ézia Neves. Maquiagem: Joebson Magalhães. Imagem: Davi Almeida. De 26 a 29\11 e de 3 a 6\12 Teatro Cláudio Barradas Jerônimo Pimentel, Umarizal Belém-PA. 21h

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Estreia: corpo quase palavra, palavra quase silêncio

Curtíssima temporada do trabalho: "corpo quase palavra, palavra quase silêncio", dentro do projeto Novos Coreógrafos - Novas Criações: Site Specific.Somente esse fim de semana, no Centro Cultural São Paulo.Estréia dia 14 de Novembro de 2009Sessões dias 14 e 15/11 às 17:00 e 20:00Link do vídeo no youtube:https://www.youtube.com/watch?v=g44MTWgzcj8Entrada GratuitaPraça das Bibliotecas / Centro Cultural São PauloR. Vergueiro, 1000 / São PauloConcepção, coreografia e interpretação: Mariana SucupiraColaboração coreográfica e dramatúrgica: Maristela EstrelaTrilha e intervenções sonoras: Aguinaldo Bueno e Erica ManfrediniLuz: André BollApoio e produção: Núcleo Cinematográfico de Dança, Imagens Nômades e Universidade Anhembi Morumbi.
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Leia em Além de muitas performances e oficinas, a Bienal debate políticas de ações para a dança no Brasil e exterior e as relações da dança com redes conectivas em painéis, cafés-conversa e outros encontros.
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PACOTE DE INGRESSOS DO PANORAMA 2009!!!!

A programação do panorama já está pronta e o site está quase completo... mais uns dias e vamos poder lançar o site.Lançamos um pacote para quem quiser comprar os ingressos com antecedencia e desconto, mas só vale encomendar até quinta 29 de outubro. Para comprar o seu clique aqui.Voce tambem pode ver ja aprogramação nesta pagina...bjsedu
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http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=678903Atração da VII Bienal Internacional de Dança do Ceará, o III Fórum Latino-Americano de Videodança traz para o debate questões pertinentes a videodança, como a formação dos profissionais, as redes de colaboração, produção e financiamentoA produção de videodança na América Latina apresenta um fôlego incrível, percorrendo uma trajetória ascendente de amadurecimento e expansão. Dentre as iniciativas que surgem para o fortalecimento e a divulgação dessa arte, destaca-se o trabalho desenvolvido pelo Fórum Latino-Americano de Videodança (FLV), que tem como um de seus parceiros o “Dança em Foco – Festival Internacional de Vídeo & Dança”, no Rio de Janeiro.Em sua terceira edição, o FLV chega a Fortaleza, acolhido pela VII Bienal Internacional de Dança do Ceará. Entre os dias 13 e17 de outubro, o Fórum debaterá uma série questões pertinente ao campo da videodança, como a sua difusão em plataformas tradicionais e inovadoras (formatos de projeção e emissão nos festivais de videodança e em outros suportes como TV, cinema, telefonia celular, internet); formação dos profissionais (com foco em projetos futuros nas universidades); as redes de colaboração, produção e de financiamento.Reflexões a respeito do levantamento dos espaços da crítica na videodança, tanto na imprensa como nos setores de pesquisa nos distintos países da América Latina; interação sobre métodos de curadoria, seleção e apresentação do material ao público nos vários festivais, e as iniciativas de encontros acadêmicos e publicações, também são assuntos que integram a pauta de discussão.Terreno FértilPara a coreógrafa Silvina Szperling, diretora do Festival Internacional de Videodança de Buenos Aires e coordenadora do Fórum, a criação do evento surgiu a partir da necessidade de se aprofundar e ampliar a rede de contatos, intercâmbio de ideias e colaboração entre festivais, curadores e iniciativas de propagação e educação da videodança na América Latina.“É um encontro em que nos alegramos ao ouvir as notícias dos colegas, em descobrir pensamentos diferentes a cerca da linguagem, desconstruir nossos conceitos prévios, conhecer experiências de gestão, a realidade de cada país participante e contribuir para a construção e o crescimento dos novos”, explica Szperling, acrescentando em seguida: “o Fórum é um terreno fértil para o cultivo de planos em comum, para sonhos futuros e para o diálogo sincero e fecundo”.Segundo Andrea Bardawil, coordenadora pedagógica da VII Bienal Internacional de Dança do Ceará, a presença do Fórum na cidade é bastante significativa, uma vez que, além de possibilitar a troca de experiências entre as companhias latinas, é uma forma de se divulgar os trabalhos produzidos pelos grupos cearenses. “É realmente um espaço que se constrói junto, um momento rico de aprendizado”, diz.A programação do III Fórum Latino-Americano de Videodança contará com atividades públicas e grupos de trabalhos específicos, mostras de vídeos e conversas com curadores (os chamados “intervalos curatoriais”). De 13 a 15 de outubro, o público poderá conferir um panorama da produção recente de videodança produzida na América-Latina, em seus diversos países. A seleção dos vídeos foi realizada pelos organizadores de cada festival.Na quinta, 15, haverá ainda uma mesa-redonda sobre o tema “Dança em Novos Formatos”, que contará com a participação de Nayse Lopes (RJ), Ivani Santana (BA) e Alexandre Veras (CE). Para encerrar o Fórum na sexta, 16, será realizado um Painel de Festivais e Canais de TV, tendo como participantes Lynette Kessler (Dance Camera West, Los Angeles, EUA), Alberto Magno (FRAME, Porto, Portugal), Bibiana Ricciardi (Canal À, Buenos Aires, Argentina) e Paulo Linhares (TV Povo).Produção recenteColômbia, Chile, México, Bolívia, Uruguai, Cuba, Paraguai, Argentina e Brasil são os países que terão vídeos exibidos na mostra de videodança Mosaico Latino, que acontecerá de 13 a 15 de outubro, no Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura; como parte da programação do Fórum.A mostra começa com uma seleção da Colômbia, realizada por Soraya Vargas e Dixon Quitian, curadores do “Videomovimiento - Festival Internacional de Videodança”. Em seguida, a seleção da chilena Brisa Muñoz Parra, curadora do “FIVC1. 0. Festival Internacional de Videodança de Chile”.A programação do primeiro dia encerra com a seleção do México, feita por Ximena Monroy, curadora do “Agite y sirva - Festival Itinerante de Videodança”.Vídeos da Bolívia, Uruguai e Cuba serão exibidos na quarta-feira. Da Bolívia, o público poderá conferir uma seleção do “Cuerpo digital-Festival Internacional de Videodança”, idealizado pela curadora Sofía Orihuela.Na sequência, é a vez de trabalhos do “FIVU - Festival Internacional de Videodança del Uruguai”, numa seleção do curador Diego Carrera. Para fechar o segundo dia, Cuba entra em cena com trabalhos do “Festival Internacional de Videodança de Havana”, selecionados pela curadora Roxana de los Ríos.O último dia da mostra terá a exibição de trabalhos do Paraguai, Argentina e Brasil. Do Paraguai, Javier Valdéz e Juana Miranda apresentam uma seleção do “Crear en Libertad - Encuentro Internacional de Danza y Artes Contemporáneas de Asunción”.A segunda seleção do dia é de Silvina Szperling, curadora do “Festival VideoDanzaBA - Festival Internacional de Videodanza de Buenos Aires”. Representando o Brasil, Paulo Caldas, Eduardo Bonito e Alexandre Veras exibem uma seleção de videodança do “Dança em foco – Festival Internacional de Vídeo & Dança”, do Rio de Janeiro, e do “Encontro Terceira Margem”, que equivale a uma intervenção no mundo das imagens, visando criar um espaço qualificado para a exibição de dança e para a formação de um pensamento crítico.Sendo também um importante espaço de reflexão sobre as relações entre corpo, imagem e dança na produção artística contemporânea.Programação13/10 (terça): 9h às 12h - Encontros e Debates. 19h às 22h - Intervalos curatoriais: Alexandre Veras.15h às 17h - Mosaico Latino-Americano - Mostra Latino-Americana de Videodança. 15h - Colômbia: Videomovimiento. Festival Internacional de Videodanza. Curadores: Soraya Vargas e Dixon Quitian. 16h - Chile: FIVC1.0. Festival Internacional de Videodanza de Chile. (42 min.).Curadora: Brisa Muñoz Parra. 17h - México: agite y sirva. Festival Itinerante de Videodanza. Curadora: Ximena Monroy.14/10 (quarta): 9h às 12h - Encontros e Debates. 19h às 22h - Intervalos curatoriais: Silvina Szperling. 15h - Mosaico Latino-Americano - Mostra Latino-Americana de Videodança.15h - Bolívia: Cuerpo digital. Festival Internacional de Videodanza. Curadora: Sofía Orihuela. 16h - Uruguai: FIVU. Festival Internacional de Videodanza del Uruguay. Curador: Diego Carrera. 17h - Cuba: Festival Internacional de Videodanza de La Habana. Curadora: Roxana de los Ríos.15/10 (quinta): 9h - Mesa-Redonda: Dança em novos formatos. Com Nayse Lopes (RJ), Ivani Santana (BA) e Alexandre Veras (CE). 11h - Encontros e Debates. 19h às 22h - Intervalos curatoriais: Paulo Caldas e Eduardo Bonito.15h - Mosaico Latino-americano - Mostra Latino-americana de Videodança.15h - Paraguai: Crear en Libertad. Encuentro Internacional de Danza y Artes Contemporáneas de Asunción. Curadores: Javier Valdéz y Juana Miranda. 16h - Argentina: Festival VideoDanzaBA. Curadora: Silvina Szperling. 17h - Brasil: dança em foco - Festival Internacional de Vídeo & Dança (RJ) e Encontro Terceira Margem - Bienal Internacional de Dança do Ceará (CE). Curadores: Paulo Caldas, Eduardo Bonito, Alexandre Veras.16/10 (sexta): 9h - Painel com Festivais e canais de TV.11h - Encontros e Debates17/10 (sábado): 9h às 12h - Avaliação (restrito aos participantes do Fórum)13/10 a 16/10 (terça a sexta):14h às 17h - Grupos de trabalho (restrito aos participantes do Fórum).Mais informaçõesMostra de Vídeo do III Fórum Latino-Americano de Videodança - De 13 a 17 de outubro no Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Contatos: (85) 3219.3803 ou pelo site oficial: www.bienaldedanca.com. Entrada gratuita.ANA CECÍLIA SOARESREPÓRTER
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Outras Danças

Com Ernesto Gadelha e Alexandre Molina após do convite da FUNARTE pensamos e organizamos "Outras Danças": um festival de dança entre França e Brasil que coloca questões sobre globalização da estética na dança contemporanea. No evento vai ter apresentações, encontros de críticos francese e brasileiros sobre as apresentações, um seminario sobre o assunto e dois livros vão ser publicados nos dois idiomas.Viajando muito entre os dois países a gente se deu conta de de uma sota de contaminação dos códigos franceses de dança contemporânea. E uma pergunta surgiu : serà que esse fato vai diminuir as diferencias? Levy-Strausss sempre falou que a diferencia é a base da construção da identidade. Vamos indo na direcção de um mundo monocromático e com estéticas pasteurizadas? As instituições internacionais que apoiam os artistas para difundir as criações estão criando conscientemente ou inconscientemente uma estética dominante? Tem como evitar isso? Esperamos que esse festival, o seminário, os encontros críticos as residências cruzadas serão uma boa ocasião para trocar ideias sobre esses assuntos.---------------------------------------------------With Ernesto Gadelha and Alexandre Molina after invitation of FUNARTE I conceived and organized "Outras danças": a dance festival between france and Brazil that questions the globalization of aesthetics in contemporary dance. There will be a small dance festival a critic's confrontation over the pieces shown, a symposium, french and brazilian crossed residencies and proceedings of the symposium published in french and portuguese.Travelling often between France and other countries we have witnessed a sort of contamination of french codes. And the question was: isn't that diminishing the differencies? Levy-Strauss always sais that difference are the basis of identity construction. So, are we losing differences? Are we going towards a monochrome world, a monochrome dance? Are the international institutions that help artist to travel creating consciously or unconsciously a "dominant aesthetics"? Is there a way to avoid this? We hope that the festival, the symposium, the residencies and the critic's confrontation will be a good way to discuss and exchange ideas on those topics.Hope you can go.
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Depois de descobrir alguns duelos entre bailarinos de hip hop via youtube, os artistas Filipe Viegas (português) e Brahim Sourny (marroquino) tiveram o click: por que não fazer o mesmo com a dança contemporânea? E foi de uma idéia simples assim que nasceu o Move out loud (MOL), uma coreografia contínua e ininterrupta, que está atravessando o mundo, ultrapassando fronteiras de língua e cultura e colocando a comunidade de dança mundial em rede.A idéia ficou adormecida por um tempo até que, no fim de 2007, Filipe foi contactado pela European Cultural Foundation, que ficou interessada na iniciativa. A partir daí, a dupla colocou o MOL em prática através da plataforma www.rhiz.eu. O projeto também tem apoio do coletivo Bomba Suicida – da qual Filipe faz parte -, e da Cie 11.org, de Brahim.Para participar, é bem simples. Primeiro, o interessado contribuir com nessa interminável “cadeia coreográfica” se registrar no site rhiz.eu, que hospeda o MOL. Em seguida, é preciso deixar um comentário para a equipe do projeto falando do interesse em participar. Quando a resposta chegar, a pessoa tem três dias para assistir ao vídeo anterior, elaborar o seu e enviá-lo para o Move out loud. Caso não o faça nesse período, o próximo da fila será contactado. Fila essa que atualmente possui cinco pessoas.Abaixo, leia a entrevista que o idança fez com Filipe, via e-mail, para saber como foi a recepção ao projeto na Europa, quais eram as expectativas da dupla antes de colocar o MOL em prática e quais são os planos para o futuro dessa cadeia.Como surgiu a idéia de criar uma cadeia coreográfica sem fim? Como foi oprocesso para colocar essa idéia em prática? Quando o projeto começouoficialmente?A ideia de criar coreografia sem fim na internet partiu de uma conversa que eu e o coreógrafo marroquino Brahim Sourny estavamos a ter em Instanbul sobre o facto de alguns bailarinos de Hip-hop utilizarem o youtube para fazerem duelos de dança entre uns e outros. Rapidamente pensámos em fazer algo semelhante com a dança contemporânea. Mas logo nos pareceu mais interessante que não fosse um diálogo, mas sim uma frase continua que atravessase o mundo e acessível a toda a gente que conseguisse aceder à tecnologia. Como tanto um como o outro dirigimos estruturas para além do nosso trabalho artístico – eu, a Bomba Suicida e o Brahim, a Cie 11.org – , durante meses a ideia apenas ficou uma ideia. Só perto do Natal de 2007 fui contactado pela European Cultural Foundation, que soube do projecto, para pôr a ideia em prática através da sua plataforma www.rhiz.eu. A Bomba Suicida começou então a produção do projecto e foi convidada a fazer a apresentação oficial no Festival Alkantara em Lisboa, e este lançamento incluia trabalhar com os artistas presentes no festival fazendo com eles os primeiros videos para a plataforma. Isto aconteceu a 8 de Junho, exactamente 1 ano depois de termos tido a ideia, que simbolicamente foi muito bonito.Assista abaixo ao primeiro vídeo produzido (o MOL#1), uma compilação de movimentos gravados em Porto Alegre, Paris, Praga, Casablanca, Lisboa, Congo, Porto, Bruxelas e Sidney.Como esse projeto foi recebido por quem trabalha com dança na Europa?Neste momento estamos na fase de divulgação e em primeiro lugar estamos a aproveitar a plataforma rhiz.eu para divulgar aos seus utilizadores. Ainda estamos no inicio e por isso ainda não é possível termos um feed-back real, se bem que toda a gente se apaixona pela ideia, que tem um cariz universalista e democrático.Quantas pessoas estão na lista de espera para participar do MOL atualmente?Neste momento, e como disse estamos no início, ainda só temos 5 pessoas em lista de espera, mas por exemplo a primeira “participação espontânea”, foi exactamente vinda de São Paulo com a bailarina Joana Ferraz (clique aqui para assistir ao vídeo).O projeto já está em andamento, está sendo como vocês esperavam? Houvealguma surpresa (para o bem ou para o mal)?O Move Out Loud é também uma experiência nova para a plataforma rhiz.eu e por isso esta primeira participação expontânea teve um pequeno problema tecnológico que está a ser resolvido… Como diz a minha amiga Madunna (uma Diva do drag queen Lisboeta) “We Love Technology… but Technology doesn’t love us!”.Vocês fazem algum tipo de seleção do material produzido pelas pessoas? Há algum tipo de restrição do que entra na cadeia?O ponto de partida é a dança contemporânea e propomos que seja um solo. Mas felizmente as regras já foram quebradas. Digo felizmente porque para nós a riqueza do projecto está também em sermos surpreendidos com as contribuições e já existiram artistas que fizeram videos com 2 pessoas e não foram apenas bailarinos ou coreógrafos que participaram, mas também produtores. Ou seja, o que nos interessa é que quem sinta o impulso de participar, que o faça… A única restrição é que a cadeia não seja desvirtuada e a passagem de um vídeo para o outro seja claramente uma passagem .Entre os vídeos que já estão participando da cadeia, tem algum de que vocês gostem mais? Ou que tenham achado mais interessante?É importante que neste género de projecto não haja uma atitude de julgamento, pois seria pretencioso. Mas um que a mim me toca especialmente é o vídeo número 20 onde o meu companheiro de piso me convidou a participar. Aí tive a oportunidade de sentir esse momento especial em casa a decidir o que fazer e onde o filmar. Jaime Conde-Salazar, um teórico das artes do corpo espanhol que convidámos a participar neste projecto colocou muito bem no seu texto: “… Para começar, estamos perante um facto que ocorre num espaço privado e íntimo. Isto quer dizer que, ainda que em certas ocasiões possa haver outras pessoas presentes, a cerimónia tem sempre sua origem no desejo individual da pessoa que põe em marcha o processo. Por assim dizer, só há um MOL possível para cada pessoa, aquele que atende e responde a seu próprio desejo. Por isso, o espaço é o que habita o sujeito em solidão (um quarto, o estudio… mas também o aeroporto, o café, uma praia…). Não há teatro que valha: não há convenção, não há tempo estabelecido, não há comportamentos colectivos consensuais. Existe somente o espectador rodeado da sua solidão, entregue ao seu próprio fluxo de desejo que nunca terá uma resposta directa, que jamais será projectado noutro corpo vivente, mas que, no entanto, é motivo suficiente para desenrolar todo este processo.” Esta experiência de participar no projecto é sem dúvida uma experiência individual e especial. Como os vídeos são muito diferentes, este projecto é também especial para quem os visiona, pois uma pessoa pode não gostar de um vídeo, mas logo se identifica com o seguinte, e vice-versa para outro utilizador que vê o material.Como você já destacou, há participação brasileira no projeto. O que você destaca da dança contemporânea brasileira?Neste momento temos duas participantes do Brasil. A já referida Joana Ferraz mas também Karenina De Los Santos que estava em Lisboa durante o Festival Alkantara e é o nosso segundo vídeo. O projecto tem uma estratégia de divulgação geográfica a 4 anos e pensamos fazer a divulgação específica para a América do Sul para o ano que vem. Mas como é um projecto na internet e acessivel a toda a gente com acesso à internet esperamos também que a divulgação seja feita pelos utilizadores. Desde já aproveito a convidar os leitores do idanca.net a descobrir o projecto e participar em MOL. Todas as intrucções estão já disponíveis em português. Da dança contemporânea brasileira o caso que conheço melhor é o criador Cristian Duarte , que a Bomba Suicida já teve a oportunidade de proporcionar uma residência em Lisboa. mas conheço também o trabalho do Bruno Beltrao , o festival panaroma (nao pessoalmente, mas o Luis Guerra e a Tânia Carvalho já apresentaram trabalho neste Festival) e o colectivo Couve Flor.Vocês têm alguma idéia de qual será o futuro do MOL? Sabem o que querem fazer com essa enorme cadeia, um filme único talvez?As possíveis abordagens a este projecto são imensas. Um filme único e com todas as coreografias é apenas uma das hipoteses. Gostávamos de fazer no futuro um documentário que demosntrasse as várias diferenças e semelhanças entre artistas nos cinco continentes. Partir das suas participações no projecto, mas mostrar o que não se vê na net: as condições de trabalho, as preocupações artísticas e/ou sociais, etc.O MOL só é possível porque vivemos num mundo conectado via Internet. O que você pensa da tecnologia a serviço da dança?Desde que apareceu o youtube que a Bomba Suicida o tem utilizado para divulgar os seus projectos. Apesar do vídeo ser insuficiente para passar uma arte do palco, pelo menos serve para que as pessoas conheçam algo que não conheciam antes. Os espectáculos multi media que usam a tecnologia e a dança são, na minha opinião, ainda um pouco ingénuos, mas sem dúvida interessantes. Mas na verdade não existe maior tecnologia do que a máquina humana e a relação entre uns e outros.www.moveoutloud.netCreative Commons LicenseA Dança ligada por uma corrente sem fim by Isabella Motta is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.http://idanca.net/lang/pt-br/2008/08/07/6832/
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Porque uma Associação de Apoiadores do o12?

O O12 Coletivo vem envolvido em um estudo da realização, em sistemas vivos é autonomia. A partir de suas Investigações, vem entendendo autonomia como uma habilidade para fazer prospecção de como um meio para satisfazer os restantes nele.Nossos estudos fizeram-nos a compreender a necessidade de estratégias para melhorar a ambientes posso ficar onde nós estamos inseridos.A ausência de políticas públicas capazes de garantir, ou como um campo desenvolvimento profissional da dança não é ninguém para Segredo. Somar isso que constitui uma grave crise financeira que vem derrubando sistema ou como economia global ou não é tudo fica ainda mais grave imagem.Uma diminuição do recolhimento de impostos ameaça inviabilizar sistema ou financiamento sustentava que a produção de dança no Brasil.Refletindo sobre essa realidade ou Coletivo O12 compreender que, como em tempos difíceis ou ágora, inventou Sustentabilidade maneira de sobrevivência.Essa é uma razão pela qual're aumento AAo12 (Associação dos Amigos do O12). Tratamento de um mecanismo que Possibilita E você nd O12 Coletivo outros interessados invistam nessa idéia, contribuindo para a manutenção de uma Nossa Ações.A idéia da AAo12 surgiu em março 2009, alguns meses, mas esperamos aumentar ou lanço-uma Associação Cultural pudessemos nos representar legalmente. Hoje em São 15 associados, que contribuem mensalmente com valores variam entre R $ 5,00 e R $ 100,00.Tornar-se um associado, envie um e-mail para o.doze @ hotmail.comProjetos em quais você acredita? Quais você gostaria que sobrevivessem idéias?Associa-se!
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No SESC Consolação haverá a estreia no dia 15 de setembro do espetáculo de dança contemporânea She’s Lost Control com a Companhia Vitrola Quântica. De 15 a 18 de setembro de 2009. Terça, quarta, quinta e sexta, às 21h. Duração: 50 minutos. Local: Espaço Beta – 3º andar – 50 lugares Preços: R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, meia); R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes). Ingressos à venda nas unidades do SESC e CineSESC. Horário de funcionamento bilheteria SESC Consolação: de segunda a sexta-feira, das 12h às 22h. Sábados, das 9h às 21h. Domingos, das 14h às 19h. SESC Consolação Rua Dr.Vila Nova, 245 Tel: 3234-3000 Continuaremos a nossa temporada também nos teatros: Galeria Olido Avenida São João, 473 - Sala Paissandu - Tel. 3334-0001 - De quinta à sábado 20hs, e domingo às 19hs. Viga Espaço Cênico R. Capote Valente, 1323 - Tel. 3801-1843 (6, 7, 13, 14, 20 e 21, as 21hs de outubro). She’s Lost Control tem como tema central a perda de controle, abordada sob a seguinte perspectiva: o controle enquanto equilíbrio e o descontrole enquanto desequilíbrio. She’s Lost Control é o nome de uma música da banda de rock inglesa Joy Division, que serviu de inspiração para nomear o espetáculo. A letra da música fala de uma mulher fora de controle. O autor da letra, Ian Curtis, vocalista da banda, escreveu a letra após observar uma mulher passando por um ataque epilético. Ele também sofria desta doença e suicidou-se aos 23 anos, em Manchester, na década de 1980. A companhia realizou pesquisas em obras na psicanálise, na filosofia e na literatura, de modo a encontrar palavras que auxiliassem na criação coreográfica. Assim, foram trabalhados: o ensaio inédito A Música do Tempo Infinito, do psicanalista Tales Ab’Saber (que fala sobre a perda de controle na noite, nas boates, na balada, nas drogas, na música); o romance O Idiota, de Fiódor Dostoievski (que tem descrições impressionantes da epilepsia, que é a doença que inspirou a canção); a série de livros Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust (que descreve o descontrole ligado à memória involuntária); e os ensaios filosóficos de Walter Benjamin sobre a modernidade (que abordam a falta de controle dentro da vida urbana). Um trecho do ensaio de Tales Ab’Saber - “Há em Berlim uma casa que nunca fecha. Aquela noite que não termina jamais de fato pode começar a qualquer momento (...) Lá todos os tempos se estendem, e noite e dia se transformam em outra coisa(...)”. - foi traduzido criativamente para uma atmosfera que permeia todo o espetáculo: uma casa noturna que nunca fecha, uma festa que jamais termina, uma experiência diferenciada do tempo, uma visão alucinógena do dia e da noite misturados, um ponto da busca da felicidade que pode converter-se em seu oposto, assim por diante. Mas não foi somente nos textos que a Cia. Vitrola Quântica foi à procura de inspiração para a dança. A perspectiva interdisciplinar é um dos eixos estruturadores do trabalho, e por isso a companhia procurou por parcerias com renomados artistas e pensadores brasileiros. José Miguel Wisnik (músico e ensaísta), o coletivo Bijari (grupo de artistas especializados em intervenções urbanas), Eduardo Climachauska (artista plástico), Olgaria Matos (filósofa), Instituto (coletivo de produtores musicais) são alguns dos nomes que freqüentaram os ensaios e tiveram participação importante no processo criativo. Uma interdisciplinaridade que está no processo e também na própria concepção, uma vez que o espetáculo é dirigido por uma bailarina (Julia Abs) e um cineasta (Daniel Augusto).
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Amphi por Thaís Gonçalves

Amphi: um sopro em torno do corpo-pedestre Thaís Gonçalves Recentemente ouvi de um artista da dança, que certa vez assistiu a um ensaio da companhia de Pina Bausch na Alemanha, que a coreógrafa dizia a seus bailarinos sentir falta de um ‘vento’ no palco. Isso me fez pensar por outro prisma na idéia de ‘sopro em torno de algo’ que está na raiz da palavra ambiente, originária do grego ‘amphi’ (‘em torno de’), como descreve Helena Katz no texto O coreógrafo como DJ, publicado no livro Lições de Dança 1 (1999, p.15). Essa forma de pensar a dança e o ambiente como sopro levou-me a perceber uma riqueza de nuances no espetáculo Amphi, última criação de Aspásia Mariana, apresentado junto com a bailarina Roberta Bernardo, no mês de junho de 2009, no projeto Quinta com Dança, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. O som marcado e ressoante de uma guitarra elétrica aliado a luzes coloridas piscando no escuro do palco me descolaram de um ambiente já dado e percebido. Naquele tempo e espaço cênico que começava a se constituir, uma ampliação de sentidos expandia em mim uma vontade de partilha, de sair de mim e ir ao encontro, despertada por um estranhamento ao que se anunciava ainda sem nome, sem conceito, sem um a priori. As bailarinas interagem com as luzes que piscam, riscando-as no espaço com as mãos, deixando rastros de partes de seus corpos que surgem e desaparecem, num jogo de visibilidade e invisibilidade em trânsito. E então uma faixa de pedestre é desenhada em feixes de luzes, atravessando o palco de uma coxia à outra. Em uma tela ao fundo, imagens de cruzamentos da cidade, de aglomerado de pessoas em trânsito, no trânsito, a transitar nesse ambiente cotidiano que a artista pinça para atravessar em nós uma presença da vida na relação com a arte, abrindo ali a possibilidade de produzirmos pensamentos, emoções, sentidos distintos diante de situações aparentemente habituais e iguais. Neste momento a platéia entra na cena, sendo convocada a levantar-se e a perceber seu em torno, cumprimentando quem está a sua direita, à esquerda, à frente e atrás. Afinal, qualquer dia cada um de nós pode voltar a cruzar com estas pessoas, no inusitado tempo e espaço da vida cotidiana, como brinca conosco o texto apresentado na tela. Esta parte do espetáculo me trouxe uma sensação diferente do que o autor Luiz Camillo Osório chama de ‘subjetividade em trânsito’, que nesta obra ganham outra possibilidade de percepção. Tem sido bastante comum nos discursos a cerca da arte contemporânea pensar a arte como algo que acontece ‘entre’, na relação artista e espectador, que não é fixa, imutável, hierárquica, mas dinâmica, móvel e relacional. Nesse contexto contemporâneo, não há sujeitos previamente constituídos, mas subjetividades em construção e desconstrução, que territorializa-se e desterritorializa-se ao mesmo tempo, em fluxos intensivos, em trânsito. Que em Amphi pode acontecer ao som de buzinas e roncos de veículos, porém uma subjetividade em tessituras que nos fazem percorrer caminhos mais sutis e que me interroga em dança: que corpo é esse, de que cidade se trata, que dança é essa? que relações estão sendo estabelecidas? Um corpo pedestre: poderia ser uma resposta? Lembro-me de Yvonne Rainer, da geração da Judson Church que promoveu, nos Estados Unidos das décadas de 60 e 70, uma radicalização de experimentos reunindo bailarinos e não-bailarinos, onde toda e qualquer regra foi abolida para que novidades pudessem ser criadas com o mínimo de contaminação dos referenciais já dados – ‘corpos pedestres’, como descreve a professora da Universidade de Paris 8, Isabelle Ginot, em entrevista à OlharCE – publicação da Bienal Internacional de Dança do Ceará. Estes experimentos passaram a ser nominados de dança pós-moderna e, em mim, despertam um universo referencial que vem à tona quando ouço o som do carro da pamonha anunciando: “Atenção freguesia, o mais puro creme do milho verde está chegando no seu bairro. O carro da pamonha se aproxima. Atenção. Alô alô freguesia. Olha aí, olha aí, olha aí freguesia. Temos a melhor pamonha de São Paulo. Venha saborear o mais gostoso e delicioso curau de São Paulo. Pamonhas fresquinha, curau fresquinho. Uma maravilha de pamonha. Uma maravilha de curau. É uma delícia de curau. Pamonha caseira. Pamonha, pamonha, pamonha”. Som que se contrapõe, ao mesmo tempo em que dialoga, com as bailarinas que, cada uma em um foco de luz e com uma placa de papelão à sua frente onde inscreve-se “VENDE-SE”, vão vestindo peças de roupa, sobrepondo umas sobre as outras, numa acumulação de vestes que vão ainda me remetendo tanto ao espetáculo Mauvais Genre do coreógrafo francês Alain Buffard, apresentado em Fortaleza na Bienal Internacional de Dança do Ceará em 2005, como ao trabalho do também francês Jérôme Bel intitulado Shirtology. A proposta de Amphi é distinta em relação à proposta artística dos coreógrafos franceses, porém fricciona em mim uma nova maneira de pensar os vínculos entre signos e sentidos, entre o estético, o ético e o político. O que estaria ali à venda? São instantes de precipitação até a chegada em mim do vento, do sopro que nos faz sentir, perceber, vivenciar o em torno, como quando uma chuva se anuncia e chove. Na grande tela ao fundo do palco, uma sequência de gravação é exibida pela perspectiva de quem percorre a cidade, no caminho para casa, em uma bicicleta. Contrapondo novamente o som da cidade, que quase sempre acabamos por associar a barulhos desagradáveis, Aspásia Mariana nos convida a compartilhar com ela um percurso de sentidos cuja trilha sonora é All my loving (Todo meu amor), música dos anos 60 dos Beatles, que nos diz: “Feche os olhos e eu irei te beijar | Amanhã sentirei saudades de você | (...) Vou fingir que estou beijando | Os lábios que sinto saudade | E esperar que meus sonhos se tornem realidade | E enquanto estiver fora | Escreverei para casa todo dia | E mandarei todo o meu amor pra você”. Nesse cruzamento entre imagem em trânsito e no trânsito alinhavado com Beatles, começo a sentir um vento em torno de mim, como se eu estivesse a guiar a bicicleta, num tempo e espaço que não é o da cidade em seu cotidiano, mas a cidade que me habita e que, em nesta relação estabelecida com o espetáculo Amphi, me fazem “ver com os olhos do espírito”, como também fala o autor Luiz Osório, referindo-se à filósofa Hannah Arendt que, em sua obra, diz que o homem moderno teria perdido a capacidade de pensar e de sentir, portanto também de agir politicamente no mundo. Penso que Amphi tem em si uma potência latente em construção que já é forte o suficiente para nos surpreender e nos falar, portanto uma obra da ordem do partilhar conosco uma escuta que diz respeito à época vivenciada, percebida e imaginada por Aspásia Mariana, uma artista inquieta que procura “zonas de turbulência, zonas de caos, onde os movimentos sutis, ainda inclassificáveis, tomam origem. É procurar penetrar nessa zona de risco e desposar o seu movimento – e devir, e criar”, como pontua o filósofo português José Gil, no livro Movimento Total: o corpo e a dança (2004, p. 169), ao tratar da obra da coreógrafa americana Yvonne Rainer. Que venham mais sopros tão autorais quanto estes a nos fazer deslizar ‘em’ e ‘de’ nossa realidade insistente para nos transformar e disseminar em nós sentidos, confrontar idéias e instaurar em nós regiões de ressonância em fluxos artísticos. Sopros de suavidade, intensidade e intempestividade que acionem em nós a capacidade de sentir, pensar e agir que sejam contíguos.

foto: Alex Hermes Diálogos que sopraram este texto: BIENAL INTERNACIONAL DE DANÇA DO CEARÁ. Desfazer hábitos para liberar o imaginário. In: OLHARCE – A Revista de Dança do Ceará. Ano I, Nº 1, p. 62, Dez/2008. [O trecho citado diz respeito a um trecho não publicado da entrevista] GIL, José. Movimento Total: o corpo e a dança. São Paulo: Iluminuras, 2004. KATZ, Helena. O coreógrafo como DJ. In: PEREIRA, Roberto e SOTER, Silvia (Orgs.). Lições de Dança 1. 2ª edição. Rio de Janeiro: UniverCidade Editora, 2006. OSÓRIO, Luiz Camillo. Razões da crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005
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GRUPO DE EXPERIMENTO RADAR 1

FOTO: MARCLEY OLIVEIRA Líria Morays Grupo de experimento de improvisação em dança vinculado a atividades de pesquisa da dissertação de mestrado, denominada “Emergências Cênicas: conectividade entre dançarinos no momento cênico improvisado”, realizada no Programa de Pós-graduação em Dança da UFBA. Esse grupo consiste num procedimento metodológico para levantar dados sobre experiências de cena improvisada. Assim, princípios teórico-práticos são estudados a partir de atividades experimentais, desenvolvendo atividades relacionadas à conectividade, que podem ser problematizados e analisados durante o experimento, e, simultaneamente na feitura dissertativa. O sentido de conectividade, aqui empregado, tem como referência a Teoria Geral dos Sistemas. Através dessa teoria, qualquer objeto pode ser estudado a partir de uma visão sistêmica: um conjunto de dançarinos em cena, por exemplo, pode ser considerado um sistema, assim como, o corpo que dança pode ser observado como um sistema. Em sua definição, conectividade é um Parâmetro Sistêmico Evolutivo que exprime a capacidade que os elementos de um determinado sistema têm em estabelecer conexões (VIEIRA, 2008). Bunge apud Vieira(2008),“(...)define conexões (...) como relações físicas, eficientes de tal forma que um elemento (agente) possa efetivamente agir sobre outro (paciente), com a possibilidade de mudança de história dos envolvidos.” (VIEIRA, 2008 p.37). Parece que há uma emergência de conectividade na cena de dança improvisada quando idéias dos corpos que dançam são compartilhadas. Assim, o corpo dança num trânsito entre ser agente e paciente, interagindo com outros corpos, estabelecendo uma ação criativa em conjunto. É possível que, nesse caso, a conectividade ocorra enquanto elemento intrínseco para sobrevivência da cena criativa. Composto por artistas interessados em estudos criativos na improvisação de dança, configura-se uma espécie de grupo de estudos onde cada dançarino percebe e desenvolve ações de interesses comuns do universo da improvisação. No decorrer dos encontros, as pessoas começam a reconhecer, a cada dia, características e impressões recorrentes nos experimentos criativos de uma forma continuada formulando idéias vivenciadas na conectividade. Atualmente, é composto por seis dançarinos – Bárbara Santos, Duto Santana, Fernanda Raquel, Janaína Santos, Mª Fernanda Azevedo, Rita Aquino – e a mediadora Líria Morays. O argumento central da pesquisa, à qual esse grupo está vinculado, baseia-se em estudos voltados para uma espécie de comunicação existente entre dançarinos, quando estes se propõem a dançar em conjunto. Na perspectiva de um dançarino improvisador, quando ocorre conectividade, parece que cada proposição compositiva (movimento, ritmo, estado corporal, organização de espaço coreográfico, etc.), é configurada em grupo. Portanto, há o interesse em reunir assuntos que possam ajudar a entender a conectividade na improvisação em cena, dentre eles: percepção, organização e coerência, rede, corpomídia. Nesse grupo, estão sendo testadas atividades conectivas no que tange a atenção e relações estratégicas do corpo no espaço-tempo da cena. Dessa maneira, o processo de compartilhamento de proposições, hipóteses e estudos nesse grupo tem sido importante para entender quais princípios norteiam a conectividade entre dançarinos de uma cena improvisada - pergunta-chave desse estudo de mestrado. Esse encontro apresenta um formato de aula/experimento onde pequenas atividades práticas para improvisação são propostas, seguidas de discussões, leituras e pequenas apresentações em espaços abertos. Todos os encontros são filmados e catalogados em fichas diárias com avaliação semanal. Nesses encontros, todas as experiências criativas partem de uma proposta onde a conectividade é o estímulo, o assunto e a ação. Algumas analogias estão sendo feitas a partir de organizações sistêmicas para as diversas possibilidades relacionais entre dançarinos no espaço-tempo da cena de dança. Propõe-se então que vários tipos de ações de conectividades podem emergir na configuração improvisada, como também, podem ser propostas como procedimentos de processos criativos. LOCAL O laboratório do Radar 1 é desenvolvido na Escola de Dança – instituição vinculada à Fundação Cultural do Estado da Bahia. Essa escola dispõe de um ambiente propício para investigação, em função das condições do espaço físico, pelos diversos profissionais que circulam e interagem com a escola, e pelo corpo institucional, constituído de professores/alunos/coordenações/direção/recepção. Junto com essa equipe é possível experimentar como professora, aluna, artista, pesquisadora, pessoa, as atuações em diversas conectividades. Todos os encontros acontecem nesse local às sextas-feiras, às 10:50h. Endereço: Rua da Oração, nº 01 – Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. CONTATO: E-mail: lirica6.1@hotmail.com Tel. (71) 8204-6318 Skype – lirica6.1 http:/liriamoraysblogspot.com/ Referência citada no texto: VIEIRA, Jorge de Albuquerque. Ontologia. Formas de conhecimento: Arte e Ciência, uma visão a partir da Complexidade. Fortaleza: Expressão gráfica e Editora, 2008.
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Cia. Vitrola Quântica estréia She's Lost Control

No SESC Consolação haverá a estreia no dia 15 de setembro do espetáculo de dança contemporânea She’s Lost Control com a Companhia Vitrola Quântica. De 15 a 18 de setembro de 2009. Terça, quarta, quinta e sexta, às 21h. Duração: 50 minutos.Local: Espaço Beta – 3º andar – 50 lugaresPreços: R$ 10,00 (inteira); R$ 5,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, meia); R$ 2,50 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes). Ingressos à venda nas unidades do SESC e CineSESC.Horário de funcionamento bilheteria SESC Consolação: de segunda a sexta-feira, das 12h às 22h. Sábados, das 9h às 21h. Domingos, das 14h às 19h.SESC ConsolaçãoRua Dr.Vila Nova, 245Tel: 3234-3000Continuaremos a nossa temporada também nos teatros:Galeria OlidoAvenida São João, 473 - Sala Paissandu - Tel. 3334-0001 -De quinta à sábado 20hs, e domingo às 19hs.Viga Espaço CênicoR. Capote Valente, 1323 - Tel. 3801-1843(6, 7, 13, 14, 20 e 21, as 21hs de outubro).Este é o mais recente trabalho da companhia, She’s Lost Control que tem como tema central a perda de controle, abordada sob a seguinte perspectiva: o controle enquanto equilíbrio e o descontrole enquanto desequilíbrio.She’s Lost Control é o nome de uma música da banda de rock inglesa Joy Division, que serviu de inspiração para nomear o espetáculo. A letra da música fala de uma mulher fora de controle. O autor da letra, Ian Curtis, vocalista da banda, escreveu a letra após observar uma mulher passando por um ataque epilético. Ele também sofria desta doença e suicidou-se aos 23 anos, em Manchester, na década de 1980. A companhia realizou pesquisas em obras na psicanálise, na filosofia e na literatura, de modo a encontrar palavras que auxiliassem na criação coreográfica.Assim, foram trabalhados: o ensaio inédito A Música do Tempo Infinito, do psicanalista Tales Ab’Saber (que fala sobre a perda de controle na noite, nas boates, na balada, nas drogas, na música); o romance O Idiota, de Fiódor Dostoievski (que tem descrições impressionantes da epilepsia, que é a doença que inspirou a canção); a série de livros Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust (que descreve o descontrole ligado à memória involuntária); e os ensaios filosóficos de Walter Benjamin sobre a modernidade (que abordam a falta de controle dentro da vida urbana).Um trecho do ensaio de Tales Ab’Saber - “Há em Berlim uma casa que nunca fecha. Aquela noite que não termina jamais de fato pode começar a qualquer momento (...) Lá todos os tempos se estendem, e noite e dia se transformam em outra coisa(...)”. - foi traduzido criativamente para uma atmosfera que permeia todo o espetáculo: uma casa noturna que nunca fecha, uma festa que jamais termina, uma experiência diferenciada do tempo, uma visão alucinógena do dia e da noite misturados, um ponto da busca da felicidade que pode converter-se em seu oposto, assim por diante. Mas não foi somente nos textos que a Cia. Vitrola Quântica foi à procura de inspiração para a dança.A perspectiva interdisciplinar é um dos eixos estruturadores do trabalho, e por isso a companhia procurou por parcerias com renomados artistas e pensadores brasileiros. José Miguel Wisnik (músico e ensaísta), o coletivo Bijari (grupo de artistas especializados em intervenções urbanas), Eduardo Climachauska (artista plástico), Olgaria Matos (filósofa), Instituto (coletivo de produtores musicais) são alguns dos nomes que freqüentaram os ensaios e tiveram participação importante no processo criativo. Uma interdisciplinaridade que está no processo e também na própria concepção, uma vez que o espetáculo é dirigido por uma bailarina (Julia Abs) e um cineasta (Daniel Augusto).
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